Qualidade do ar em Mogi das Cruzes é ‘insalubre’, alerta meteorologia

  • Com colaboração de Geovanna Albuquerque

Em meio a nova onda de calor que afeta a região do Alto Tietê, a qualidade do ar em Mogi chegou a ser classificada como “insalubre” pelos principais aplicativos e sites de meteorologia na manhã dos últimos dias, incluindo esta sexta-feira (13). De acordo com a medição feita pelo The Weather Channel, um site especializado em meteorologia, o Índice da Qualidade do Ar (IQA) chegou a 163 (leia mais abaixo).

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Ainda segundo a análise feita pelo Weather.com, o principal poluente responsável pela má qualidade do ar foi a PM2.5 – que são partículas de substâncias tóxicas e que medem menos de 2.5 micrômetros de diâmetro. Essas partículas vem, principalmente, da fumaça – produto das queimadas e incêndios – que tem encoberto Mogi das Cruzes e as cidades da região ao longo dos últimos dias.

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Somado ao clima seco, com a umidade relativa oscilando entre 30% e 50% durante a semana, a presença desses poluentes leva ao surgimento de problemas de saúde, inclusive agravando quadros de pessoas que já são afetadas por doenças respiratórias.

Como funciona o IQA?  

De acordo com a SGS Brasil – empresa especializada em testes, inspeção e certificação – o IQA “é uma representação dos níveis de concentração de poluição do ar”.

“Ele atribui números em uma escala entre 0 e 400 e é usado para ajudar a determinar quando se espera que a qualidade do ar seja prejudicial. Na escala de valores da qualidade do ar, cada número refere-se a quantidades específicas de poluição no ar. Se a concentração de um poluente ultrapassar os valores previstos, a qualidade do ar pode não ser saudável para o público”, explica a SGS.

Ao todo, sete fatores são considerações para a medição do IQA, sendo eles:

  • Partículas Totais em Suspensão (PTS);
  • Fumaça;
  • Partículas Inaláveis (PI, PM2.5 ou PM10);
  • Dióxido de Enxofre (SO2);
  • Monóxido de Carbono (CO);
  • Ozônio (O3);
  • Dióxido de Nitrogênio (NO2).

Com base nesses índices, o número do IQA é tabelado e medido na escala, que é dividida em seis faixas diferentes:

Valores do Índice da
Qualidade do ar (IQA)
Qualidade do ar Efeitos sobre
a saúde humana
0 – 50 Boa Seguro à saúde
51 – 100 Regular Tolerável
101 – 190 Inadequada Insalubre, principalmente para grupos sensíveis
200 – 299 Muito insalubre (nível de atenção)
300 – 399 Péssima Perigoso
Acima de 400 Crítica Muito perigoso (emergência)

Especialista alerta

De acordo com a professora e doutora da UMC, Marília de Castro Lima Varella, especialista em Pneumologia, pessoas com doenças crônicas são mais sensíveis à baixa qualidade do ar. “A poluição leva ao organismo um estado de inflamação que pode agravar também outras doenças. Crianças pequenas e idosos são também um grupo muito susceptível a problemas com a poluição e baixa umidade do ar”, informou.

No entanto, todos podem começar a sentir os efeitos na saúde. A doutora também completou dizendo que tosse, chiado no peito e agravamento das doenças pulmonares (asma, DPOC) são definidos como efeitos imediatos, levando a necessidade de medicação e de atendimentos em pronto-socorro. Além disso, a má qualidade do ar pode levar ao aumento de risco de arritmias, infarto e derrame.

“A exposição prolongada pode levar a doenças respiratórias e ao câncer de pulmão. Quem vive em ambiente poluído tem consequências muito parecidas com as de quem fuma. Em caso de tosse, irritação dos olhos, sangramento nasal, chiado no peito ou falta de ar é importante procurar um médico, seja no sistema público ou privado”, disse a especialista.

Ao ser questionada a respeito das medidas para diminuir os impactos na saúde, Marília recomendou o trabalho remoto para quem tiver a opção. “Ficar em casa com medidas para aumentar a umidade do ar e manter as janelas fechadas pode ajudar. Exercícios físicos também devem ser realizados com mais cuidado e de preferência em ambiente fechado. Para quem precisa ir ao trabalho em locais e horários críticos recomenda-se usar máscaras N95, como a que usamos na pandemia contra a contaminação pelo Covid”. A doutora pontuou ainda que manter a hidratação é um fator extremamente importante para todos em dias seco.

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