Ashiuchi acumula capital político e amplia prestígio com vitória de Pedro Ishi

Ele chegou ‘rouco’ – quase sem voz – ao estúdio de rádio do Diário de Suzano. Tudo resultado dos discursos nos carros de som e a pé durante a campanha de 45 dias. Já se passavam das 21 horas de domingo de eleições municipais de 6 de outubro. Era a primeira entrevista a um veículo de comunicação, logo após o anúncio da Justiça Eleitoral com os resultados de Suzano. “O aluno ultrapassou o professor”, brinca o entrevistador, para risos de Rodrigo Ashiuchi, prefeito reeleito em 2020, com 110.001 votos, e que agora vê seu “aluno” Pedro Ishi superá-lo com 124.366 votos nas eleições de 2024 e se tornar prefeito eleito com maior votação da história. Para ele, um orgulho.

 

“A gente trabalhou muito para isso”, afirma Ashiuchi. Na entrevista, ele acompanhou Pedro Ishi. Mas em um momento de sua fala – sobretudo quando dedicou o sucesso da campanha que coordenou, ao seu pai, Seu Katuya (falecido em 2023) – mostrou-se emocionado. Ficou perto de chorar. “Dedico a ele (seu pai)”, disse com os olhos marejados. Em 15 minutos, falou de obras e dos feitos durante os 8 anos de administração, em Suzano, e afirmou que não há dúvida: Pedro Ishi dará continuidade a tudo que iniciou em dois mandatos seus. 

 

O fato é que a vitória de Pedro Ishi dá ao prefeito Rodrigo Ashiuchi um acúmulo de capital político. Lá em 2016, ele recebeu apoio do ex-prefeito Marcelo Candido. E depois disso, andou sozinho e fez a máquina administrativa girar de forma veloz. Empenhou sua gestão marcada por retomada de obras, “expurgou fantasmas”, que assombravam a população de Suzano, como paralisação de obras, entre elas a Marginal do Una, Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Revista, Ginásio de Esportes, entre outros. Houve reconhecimento, apesar de os adversários afirmarem que ele só terminou obras que havia começado por outras gestões. 

 

Nestas eleições, o “fator Ashiuchi”, como se batizou nos bastidores políticos, trouxe para o atual prefeito um prestígio político ímpar. 

 

Voos mais altos podem ser questão de tempo. Mas Ashiuchi é modesto: “Quero ficar em Suzano. Vou ficar”. Daqui a dois anos, em 2026, o nome dele é forte para uma provável candidatura a deputado estadual ou federal. Ashiuchi, no entanto, já deixou claro seu sonho: gostaria de ser senador. 

 

A campanha deste ano, sacramentando Pedro Ishi com a maior votação da história, traz a Rodrigo Ashiuchi a prova de que, além de eleger seu apadrinhado político, conseguiu desbancar com propriedade seus principais adversários. Só para se ter uma ideia, conforme o DS divulgou ainda na noite de domingo (6 de outubro), a segunda colocada, vereadora Gerice Lione (Podemos) obteve 16.147 votos – muito inferior ao primeiro colocado. “É fruto de muito trabalho”, justifica Ashiuchi. 

 

De fato, ele esteve em carros de som, a pé, falando com moradores, enumerando os avanços de Suzano, tanto na região central, como nos bairros. “A população soube reconhecer. A urna não é somente número. A urna fala”, afirma.

 

“Estou feliz porque é a defesa de um legado. A população entendeu que o Pedro é a continuidade da nossa gestão. Vejo o resultado das eleições como o reconhecimento de um trabalho que, eu e a Larissa, não medimos esforços. Nos dedicamos para fazer uma cidade melhor. O Pedro sempre esteve do meu lado. Ele está pronto. Vou ajudar no que precisar”, afirma o prefeito.

 

A partir de 2025, Ashiuchi deixa o cargo. Mas, pelo jeito, não se recolhe. Estará em Suzano, ao lado de Pedro Ishi, ajudando a nova gestão que virá.

 

Durante entrevista, realizada ao vivo ao DS na noite deste domingo, o prefeito fez questão de lembrar que faz parte de um “time”, um grupo político unido. E time que está ganhando não se mexe, afirma o prefeito eleito Pedro Ishi ao lado do “professor”. 

 

É com essa equipe, com o quadro de secretários, que a gestão do PL, em Suzano, deve seguir. 

 

Nesse momento, ao lado da esposa, a primeira-dama e presidente do partido, Larissa Ashiuchi, o atual prefeito “pensa na cidade”. 

 

“O casal não para”, lembra um integrante da Prefeitura de Suzano, afirma ao DS.

 

Pelos corredores da sede da administração uma parte dos funcionários duvida que os dois possam tirar férias prolongadas, quando entregarem o cargo. Fatalmente serão vistos pelos bairros, conversando com a população, principalmente após a receptividade das pessoas durante a campanha.

 

“Elas abriram o portão da casa para a gente entrar e tomar uma água, um café. E quando isso acontece é porque tem um respeito, tem um carinho. Sabe que a cidade não é perfeita, mas reconhece o trabalho”, afirmou. Por tudo isso, Ashiuchi segue, a partir do ano que vem sem mandato, mas em Suzano percorrendo quatro cantos do município. “Vou trabalhar. Não consigo ficar parado”, justifica Ashiuchi.

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