Agricultores do Alto Tietê implantam novas estratégias na produção por causa do inverno


Mudança dos produtos cultivados no campo e cuidado com canteiros são alguns dos diferenciais na rotina para enfrentar a época mais fria do ano. Frio exige que agricultores do Alto Tietê mudem processos nas plantações
O inverno exige que os agricultores do Alto Tietê implementem novas técnicas na produção de verduras, legumes e frutas. O agricultor orgânico Ricardo Noboru Nonaka usa capim para fazer a cobertura morta. “O capim não deixa ela congelar de uma vez. Quando a terra tá limpa, o sol bate de uma vez e faz aquela camada bem seca. E quando vem a noite e cai a geada ela consegue a umidade exata para congelar tudo que está por cima”, explica o agricultor.
No sítio de 2 hectares em Mogi das Cruzes, o capim é misturado ao melado de cana e forma o ambiente adequado para bactérias que ajudam na decomposição. Depois de dois meses fermentando, a matéria orgânica é transferida pra cobrir os canteiros. Além de servir como fonte de nutrientes para a terra, com a chegada do inverno, ela ajuda a manter a temperatura do solo um pouco mais estável. “A gente usa a cobertura morta não só por causa da geada. Ela mantém os microorganismo do solo vivo. Não deixa morrer com o sol. Então, a gente tem esse controle. Ela vai estar alimentando desse capim que a gente coloca por cima e dando alimento para a verdura.”
Com essa técnica, o agricultor chega a economizar R$ 2,5 mil que seriam gastos com adubos trimestre. Mas a cobertura morta não é a única adaptação para o inverno. Os produtos cultivados mudam também. Folhosas usadas em saladas dão lugar a hortaliças consumidas refogadas. E o agricultor dá preferência aos alimentos mais resistentes ao frio. Em invernos anteriores, as perdas com as geadas chegaram a 100% da plantação.
Mesmo em culturas que se dão bem com o inverno, o produtor rural prefere se prevenir. Os canteiros de morango ganharam uma estrutura que funcionam como estufa e protege a fruta tanto das chuvas quanto das geadas inesperadas. Mas isso acaba aumentando o custo da produção. Em uma área de mais ou menos 300 metros quadrados o investimento pode passar dos R$ 3 mil.
Feirantes destacam que verduras para salada não tem tanta saída durante o inverno
Reprodução/ TV Diário
Para o agricultor, um gasto necessário. “Protegendo as plantas no período das chuvas. A chuva excessiva acaba afetando os frutos e na época da geada pode ter às vezes a perda das plantas. E em dias de vento muito forte, você tem que abaixar para proteger as plantas”, observa o agricultor Camilo Eduardo Carvalho dos Santos.
Adaptar a produção também deve ser uma alternativa contra a friaca. Em breve, o morango vai dividir espaço com alguns tipos de hortaliça. A diversificação é a aposta do agricultor para equilibrar o faturamento do sítio nesta estação. “As culturas de inverno a gente já está preparando. Algumas já estão cultivadas já. Então, alguns legumes que não são adaptados para o inverno a gente já trocou, então a gente já está preparando para o cultivo de ervilha torta e as demais que é a berinjela, abobrinha, o jiló. Fazendo um manejo correto, trabalhando direitinho a expectativa boa para a colheita.”
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