Aqui neste espaço meu último artigo trouxe um pouco sobre a questão da redução de jornada em discussão na Câmara dos Deputados. A iniciativa tomou um certo fôlego mas já andou enfraquecendo os ânimos, pois uma alteração na legislação afetaria muitos segmentos.
Apontei que hospitais e outros serviços não param como também já nos acostumamos com o comércio funcionando todos os dias, mas o impacto da proposta ainda pode afetar áreas sensíveis, como a habitação, onde mão de obra qualificada já pressiona a construção civil e, numa obra onde o custo está calculado com o modelo atual, no curso de um empreendimento isso pode resultar num aumento do preço final de uma construção, sem falar os orçamentos para programas como Minha Casa Minha Vida.
A par disto, ainda não se vê consenso quanto a redução da jornada com proporcional redução salarial, e muitas empresas, principalmente as pequenas, terão problemas com sua folha de pagamentos, sem falar na impossibilidade de contratar mais por conta do aumento dos custos.
Como trarei no último artigo, este é um ponto espinhoso, e pode afetar a cadeia produtiva elevando preços e não significando propriamente aumento de postos de trabalho, que não se pode acreditar venha a surgir por conta disto, tanto que a informalidade pode ganhar terreno.
Enfim, redução de jornada para proporcionar melhor qualidade de vida ao trabalhador é uma boa, mas a matéria requer muita conversa e entendimento do sistema trabalhista brasileiro, muito engessado.
“Se o assunto não prosperar na discussão sensata dos reflexos da redução de jornada, será somente mais um projeto que irá para a gaveta”
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