Censo 2022: Número de domicílios vagos no Alto Tietê quase dobra em 12 anos


Aumento de lares sem moradores na região neste período corresponde a 99,6%. O município com mais domicílios nesta situação no Censo 2022 foi Mogi das Cruzes, com 20.132. Suzano é o terceiro município da região com mais domicílios vagos
Wanderley Costa/Secop Suzano
O número de domicílios vagos no Alto Tietê quase dobrou em 12 anos, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, 72.808 lares sem moradores foram contabilizados na região, enquanto em 2010 eram 36.465, o que corresponde a um crescimento de 99,6%.
Para o IBGE, domicílio vago é aquele que não tinha morador na data do recenseamento (mesmo que tenha sido ocupado posteriormente).
O município com mais domicílios nesta situação no Censo 2022 foi Mogi das Cruzes, com 20.132, seguido de Itaquaquecetuba, com 14.483, e Suzano, com 12.458.
Apesar de ser a cidade com o menor registro de lares sem moradores, com 1.847, Salesópolis foi a que registrou o maior aumento percentual de domicílios vagos no período, que corresponde a 149,2%. Em 2010, a cidade tinha 741 domicílios vagos.
LEIA TAMBÉM
Média de moradores por domicílio no Alto Tietê é maior que a do estado de SP e que a do país
Alto Tietê possui mais de 1,62 milhão de habitantes; população cresce 12,7% em 12 anos
Censo 2022: Número de domicílios cresce 38,6% no Alto Tietê
Confira população atualizada de municípios do Alto Tietê
O g1 solicitou às prefeituras da região dados sobre o déficit habitacional em cada cidade. Biritiba Mirim, Guararema, Itaquaquecetuba, Poá, Salesópolis e Santa Isabel não responderam aos questionamentos. A Prefeitura de Arujá informou que aguarda o final do trabalho do IBGE, no Censo 2022, para ter essas informações.
Para efeito de comparação, o número de domicílios vagos em Mogi das Cruzes contabilizados pelo Censo 2022 é maior do que o último levantamento sobre déficit habitacional na cidade informado pela administração do município. Já em Ferraz de Vasconcelos, por exemplo, os lares sem moradores equivalem a 46,6% do déficit habitacional da cidade.
Confira as respostas dos municípios
Ferraz de Vasconcelos
Segundo a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, o déficit habitacional chega a 16.095 unidades habitacionais. Além disso, a cidade conta com aproximadamente 9,4 mil casas em situação de irregularidade fundiária.
Para tentar resolver o déficit habitacional no município, a administração municipal disse que criou uma secretaria focada na questão habitacional e social, além de possuir parcerias com entidades que possam ajudar nessa problemática, tais como: CDHU, Minha Casa, Minha vida Favela 3D (terceiro setor) e habitações alternativas e de baixo impacto social e ambiental.
A Prefeitura informou ainda que foi criado também, em 2023, o auxílio moradia para moradores que foram acometidos por desastres naturais e que estão em áreas de risco, reassentamento e outras complicações previstas na lei municipal 3503/23.
Mogi das Cruzes
A Prefeitura de Mogi das Cruzes informou que o último levantamento já está bastante defasado e que não condiz com a atual realidade, mas apontava o déficit em cerca de 15 mil moradias.
Além disso, a Secretaria de Habitação trabalha com núcleos passíveis de regularização. Em toda a cidade, são mais de 60 núcleos com algum tipo de irregularidade, que se encaixam neste âmbito e passam ou ainda passarão pelo processo de regularização fundiária.
A administração municipal também disse que vem desenvolvendo uma série de ações, que têm como um dos intuitos a diminuição no déficit habitacional da cidade, como um amplo programa de regularizações (1.031 matrículas de 2021 a 2023), renovação do Plano Municipal de Habitação de Interesse Social do Município, criação da Secretaria Municipal de Habitação Social e Regularização Fundiária (em janeiro deste ano), desenvolvimento do programa de Assistência Técnica de Interesse Social (Athis) e fomento do Cadastro Municipal de Habitação (que já possui atualmente mais de 40 mil cadastrados), entre outros.
Suzano
Já em Suzano, a Prefeitura informou que não é possível mensurar o número real neste momento porque é necessária a elaboração do Plano Municipal de Habitação, que está em tramitação para a sua execução. Há cerca de 40 loteamentos irregulares na cidade.
A administração do município disse ainda que tem atuado fortemente na legalização dos imóveis de locais que são passíveis de regularização fundiária e também no combate ao surgimento de mais assentamentos clandestinos, por meio do Setor de Fiscalização de Posturas.
Atualmente, as ações são executadas por meio do Programa Municipal de Regularização Fundiária Urbana (Reurb), do programa estadual Cidade Legal e do projeto Loteamento de Interesse Social (LIS) – este último em conjunto com empresas. Nos últimos anos, foram entregues 781 matrículas de imóveis regularizados. Além disso, também estão em andamento mais de 2,5 mil processos.
Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê

Adicionar aos favoritos o Link permanente.