O uso do celular em sala de aula na graduação

Rodrigo Garzi
Rodrigo Garzi

A popularização dos smartphones de maneira global e seu impacto em diferentes setores da economia, bem como na vida pessoal e profissional dos usuários, levanta questões amplamente abordadas por estudos de mercado e pesquisas cientificas que apontam para uma crescente preocupação em encontrar o equilíbrio ideal entre o mundo digital o presencial. A edição 2023 da pesquisa realizada pela consultoria internacional de tecnologia Deloite sugere que as empresas de tecnologia que ajudam os consumidores a encontrar esse equilíbrio, provavelmente serão beneficiadas.

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  • A distração dos alunos em sala de aula

Embora amplamente utilizado para fins pessoais, o uso pessoal do smartphone no espaço acadêmico, inclusive em sala de aula, muitos alunos também utilizam para acessar materiais de estudo, pesquisar conteúdo acadêmico em tempo real, ou complementar informações durante a aula, resultando inclusive em novas práticas educacionais ao longo dos anos.

Por se tratar de um dispositivo com alta capacidade de distração dos aluno, o uso não supervisionado de celulares em sala pode ter impacto no rendimento acadêmico, tanto para o próprio aluno quanto para os colegas ao redor. Mensagens, redes sociais e jogos podem desviar o foco da aula, resultando em queda de rendimento. O uso simultâneo de dispositivos e a tentativa de prestar atenção à aula são fatores que fragmentam a atenção. Isso pode reduzir a capacidade de memorização e processamento de informações dos alunos.

Existem evidências que mesmo a simples presença de celulares no campo de visão dos alunos pode impactar negativamente a performance acadêmica, pois o simples fato de saber que há acesso à distração pode reduzir a capacidade de concentração.

Quando usados de maneira apropriada, os celulares podem ser integrados como ferramentas para atividades pedagógicas. Aplicativos de Aprendizado, quizzes interativos e pesquisas rápidas podem aumentar o envolvimento dos alunos, além de tecnologia assistivas para facilitar acesso ao conteúdo por alunos com necessidades especiais com leitores de tela e aplicativos de anotações. A diferenciação entre cursos e a natureza das aulas tende a variar a forma de uso do celular pelos alunos. Em disciplinas de ciências exatas ou técnicas, o uso pode ser mais focado em aplicativos de cálculo ou pesquisa. Já em ciências humanas, há mais debates sobre o uso para consultas rápidas de textos e fontes durante a aula.

Os aplicativos mais utilizados em sala de aula

Para identificar as características ideais de um aplicativo móvel capaz de contribuir com o processo de estudo do aluno, seja em sala de aula ou nos estudos em casa, vejamos quais os aplicativos mais utilizados pelo brasileiro, usando como base o ranking apresentado na pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Uso de apps no Brasil.

O questionário aplicado on-line entre 13 e 22 de março de 2024 junto a 2.033 brasileiros com 16 anos ou mais que acessam a Internet e possuem smartphone, respeitando as proporções de gênero, idade, faixa de renda e distribuição geográfica desse grupo.

No ranking dos 10 aplicativos mais presente no smartphone do Brasileiro, inclusive na homescreen do celular, a primeira tela após desbloqueio do aparelho onde o usuário escolhe deixar aqueles de uso mais frequente, os aplicativos de mensagens e serviços bancários dominam 8 posições, completando com serviços de música e mobilidade.

A pesquisa ainda revelou quais aplicativos são acessados mais vezes durante o dia e aquele onde os usuários passam mais horas conectados, sendo o whatsapp escolhido por 51% dos respondes como o mais frequente e o Instagram por 36% como o de maior tempo diário.

Considerando esses dados aplicados ao universo acadêmico, os aplicativos de redes sociais e de troca de mensagens também são aqueles mais utilizados por alunos, que também não apresentam benefícios acadêmicos claros e frequentemente apontadas como as principais fontes de distração em sala de aula.

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