A sessão foi realizada no plenário da Câmara dos Vereadores de Mogi. Foram apresentados relatórios do que a equipe da prefeita eleita encontrou durante o período de transição de governo. De acordo com a equipe, foram feitas reuniões, visitas técnicas a espaços públicos e análises de documentos e contratos.
Na apresentação financeira, o responsável Robson Senziali falou sobre a situação atual da cidade, que teve um déficit em caixa de R$ 207 milhões e uma dívida consolidada de R$ 473 milhões. Os dados são até novembro de 2024.
“Essa conta de R$ 207 milhões é justamente o saldo bancário tirando os empenhos a pagar em 30 de novembro. Isso pode mudar em função do mês de dezembro. A dívida de médio e longo prazo está em R$ 473 milhões e se refere a financiamentos, parcelamentos e outros compromissos que a Prefeitura tem, mas que já estão escalonados a longo prazo”, disse.
Na área da Saúde, Rebeca Barufi, que foi anunciada secretária da pasta, apontou problemas na estrutura dos prédios públicos. De acordo com o relatório apresentado, 27 equipamentos da saúde estão sem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), 12 precisam de reformas estruturais, 14 necessitam de reparos, 20 precisam de troca de cadeiras odontológicas e 27 estão sem controle de pragas e limpeza de caixa d’água.
Além disso, a apresentação abordou o tempo de espera na fila de consultas de atenção básica e de especialidades. Segundo o relatório, o tempo médio na fila de espera para as consultas de atenção básica é de: 38 dias para clínica médica; 19 dias para pediatria; 35 dias para ginecologia; 145 dias para odontologia; e 329 dias para psicologia. Nas especialidades, a média de tempo esperando é de 586 dias, enquanto os exames demoram cerca de 160 dias.
De acordo com Rebeca, existe uma dificuldade na transferência de pacientes das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade para hospitais. Essa dificuldade teria causado o óbito de mais de 400 pessoas.
“A Rede de Urgência e Emergência é uma preocupação grande. Identificamos um tempo de permanência dos pacientes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a dificuldade de transferir para unidades hospitalares. Entendemos um total de mais de 400 óbitos, durante o ano de 2024, de pacientes que estavam aguardando transferência para hospitais”, disse.
Outro ponto que foi colocado como “de atenção” pela equipe de transição da prefeita eleita são os contratos de unidades de saúde em Mogi. De acordo com o relatório: o contrato de gestão do Hospital Municipal de Mogi das Cruzes (HMMC) se encerra em 25 de junho de 2025; o contrato de gestão do Pronto Atendimento (PA) Jardim Universo tem vigência até 27 de abril de 2025; o contrato de gestão da Unidade Mãe Mogiana termina em 9 de maio de 2025; o contrato da empresa de oxigênio tem vigência até 9 de março de 2025; a Santa Casa teve o contrato renovado por apenas seis meses; e o convênio com a Secretaria de Estado de Saúde para custeio do HMMC se encerra em 31 de dezembro deste ano.
Na área da Educação, foram identificados pela nova gestão problemas com falta de profissionais. Darly Aparecida de Carvalho, responsável pela transição desta pasta, disse que, para 2025, 216 classes estão sem professores. Além disso, existem 33 escolas sem vice-diretor e 42 escolas sem coordenador.
Existe um Inquérito Civil para apurar que o município “não estaria garantindo professores qualificados de Educação Física e Arte em todas as escolas, infringindo leis educacionais”. Com isso, a previsão é de contratação de 120 novos professores dessas duas matérias. “O Inquérito Civil veio para garantir a isonomia nas unidades escolares”, disse Darly.
Durante a apresentação foi exposta uma fila de quase 3 mil crianças inscritas no Cadastro Municipal Unificado que estão aguardando vagas em creches. Esse número se refere a crianças de zero a três anos. De acordo com Darly, na área da alimentação existe falta de toucas e de estoque de alimentos para 2025, além de um estado precário do prédio que armazena os gêneros alimentícios.
Em relação à Secretaria de Segurança, o Coronel Gilberto Ito apontou que o Centro de Operações Integradas (COI) não funciona como o idealizado, além de mais de 30% das câmeras de monitoramento estarem inoperantes. Ao todo, são 269 câmeras e 89 não estão funcionando.
De acordo com o relatório apresentado, o Polo de Segurança, que fica em Jundiapeba, está com a instalação em mau estado de conservação e com aspecto de abandono. Além disso, foi constatado que mais de 50% das viaturas não estão operando.
“No pátio, constatamos diversas viaturas baixadas. A Guarda Municipal tem 68 viaturas e 37 estavam inoperantes naquele momento que fizemos a visita. Estavam paradas por uma troca de óleo, pastilha de freio e isso reflete a ausência do poder público na segurança dos nossos cidadãos”, disse Coronel Ito.
O relatório ainda abordou melhorias que precisam ser feitas em parques de Mogi para que a população tenha mais segurança. De acordo com Ito, no Parque da Cidade existe a necessidade de pintura, armamento da Guarda Municipal e melhor conservação da viatura, enquanto o Parque Centenário precisa ter uma revitalização nas instalações e armamento dos guardas.
Caio Cunha
O DS procurou o prefeito Caio Cunha para buscar um posicionamento sobre os dados apresentados pela equipe da prefeita eleita Mara Bertaiolli. A assessoria de imprensa informou que o chefe do Executivo concederá uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (18), às 15 horas, para esclarecimento das informações.