Em meio à polêmica sobre a proibição do serviço de transporte de passageiros em motocicletas oferecido pela empresa 99 na capital paulista, a Prefeitura de Mogi das Cruzes não descarta abrir diálogo sobre o tema no município.
Em nota enviada ao O Diário, a administração municipal informou que o serviço de mototáxi não é regulamentado pela legislação da cidade. Além disso, destacou que qualquer decisão sobre o tema exige “ampla discussão envolvendo a categoria [os motociclistas], a sociedade e uma análise detalhada de fatores como índices de acidentes, impacto no sistema de saúde, eficiência para a mobilidade urbana, efeitos no sistema viário e outras questões relevantes.”
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Diálogo com motociclistas
A possível regulamentação do serviço de mototáxis não seria a primeira pauta envolvendo a categoria em Mogi das Cruzes. Em setembro do ano passado, durante a campanha eleitoral, a prefeita Mara Bertaiolli (PL) se reuniu com motociclistas para debater a criação de um espaço de acolhimento, segurança e respeito para motoboys e motoristas de aplicativo que atuam no município, batizado de “Pit Stop”.
Na ocasião, Mara afirmou seu compromisso com esses profissionais, ressaltando que eles precisam de atenção e não devem ser tratados como um problema para a cidade ou para o poder público.
Sobre esse projeto, a Prefeitura informou que a pauta do Pit Stop está em fase de elaboração e tem como objetivo beneficiar tanto os motociclistas de entrega quanto os motoristas de aplicativos que atuam na região.
Proibição em São Paulo
O debate sobre mototáxis ganhou força após o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmar nesta terça-feira (14) que a empresa 99 não tem autorização para oferecer o serviço na capital.
“Temos 1 milhão e 300 mil motos na cidade. Registramos um aumento no número de óbitos no trânsito, impulsionado por acidentes com motos. Não é possível que uma empresa chegue em São Paulo e, sem qualquer autorização, queira operar como bem entender. Isso não vai acontecer”, declarou Nunes.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, o funcionamento do serviço de transporte de passageiros em motos descumpre um decreto assinado pelo prefeito em janeiro de 2023, que suspendeu essa modalidade. Dados do município mostram que, de janeiro a julho de 2023, foram registrados 240 óbitos de motociclistas. No mesmo período de 2024, o número saltou para 329 mortes, um aumento de 37%.
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