Famílias do Alto Tietê relatam importância da conscientização sobre uso do ‘cordão de girassol’


Cordão é um símbolo de identificação das pessoas com deficiências ocultas ou não aparentes. A medida tem como objetivo garantir suporte e respeito aos direitos dos que necessitam, como atendimento prioritário ou em situações de emergência. Cordão de girassol identifica pessoas com deficiências ocultas ou não aparentes
Há pouco menos de um mês, o Governo Federal oficializou o uso da fita com desenhos de girassóis como símbolo de identificação das pessoas com deficiências ocultas ou não aparentes. A medida tem como objetivo ajudar o dia a dia dessas pessoas a fim de garantir o suporte e respeito aos direitos que elas necessitam, como atendimento prioritário ou em situações de emergência, e já foi adotada por famílias do Alto Tietê.
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A nutricionista Isadora Antonia Henrique Silva, de 25 anos, foi diagnosticada com esclerose múltipla há cerca de um ano. “Quando eu fui diagnosticada, não tinha muitos conhecimentos sobre tudo o que eu tinha direito. Há uns cinco meses eu descobri sobre o colar de girassol e venho utilizando ele com bastante frequência, juntamente com a minha carteirinha de identificação da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla”.
Apesar de ser um facilitador, a falta de conhecimento de algumas pessoas sobre o colar de girassol ainda traz constrangimento. Isadora conta que já tiveram muitos casos em que foi abordada em estabelecimentos porque as pessoas não conheciam.
Para Thiago Bonfim Rodrigues Placona, que é pai da Manuela Bonfim Rodrigues Placona, de 8 anos, o uso do cordão acaba servido mais para o entendimento do outro do que para trazer benefícios para quem tem alguma deficiência.
“As vezes ela [Manuela] pode estar em algum momento de crise e as pessoas vão olhar, a princípio, com um ar de deboche, mas assim, com o cordão, as pessoas vão identificar que minha filha faz parte desse grupo e vão entender”, relata.
Manuela Bonfim Rodrigues Placona tem 8 anos e, aos 3, foi diagnostica com o Transtorno do Espectro Autista (TEA)
Reprodução/TV Diário
Manuela tem o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e foi diagnosticada aos três anos. A mãe, Janis Bonfim Rodrigues Placona, relata que a desconfiança sobre o diagnóstico da menina surgiu após o nascimento da segunda filha. “Quando a Sara [segunda filha] nasceu, a Manu tinha 2 anos. E aí começamos a perceber que, quando a segunda filha fez 1 ano, ela já fazia muitas coisas que a Manu, com 3, ainda não fazia”.
Segundo a defensora pública Renata Flores Tibyriçá, a lei do Estatuto da Pessoa com Deficiência que foi publicada no Diário Oficial da União no dia 17 de julho é um ganho para quem usa o cordão. “O principal é que as pessoas podem usufruir dos direitos das pessoas com deficiência, sem que acabem sofrendo algum preconceito sem serem questionadas”.
“Existem diversas políticas públicas que são garantidas para as pessoas com deficiência. Muitas vezes, as pessoas que não sabem que determinada pessoa tem uma deficiência acabam questionando o por quê dela estar fazendo o uso daquela política pública se ela, aparentemente, não teria uma deficiência”.
A defensora pública explica que o uso do cordão é opcional e, além disso, a lei prevê que o uso do cordão não dispensará a apresentação de um laudo – se for necessário ou solicitado.
“Quando as pessoas usam um símbolo que é de reconhecimento nacional, que todas as pessoas passam a conhecer como um indicativo, justamente de uma deficiência oculta, esse exercício do direito acaba sendo mais tranquilo, sem todos os questionamentos”, conclui.
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