Ele foi tombado como patrimônio histórico pelo Compac junto com os conjuntos arquitetônicos formados pela Capela de Santa Helena e a Escola Estadual Helena Zerrener. Segundo o Compac, espaço é um registro histórico da imigração alemã para Suzano. Conjunto histórico da Fazenda Sertão ajuda a entender a história de Suzano
Prefeitura de Suzano/Divulgação
O tombamento do conjunto histórico da Fazenda Sertão, no distrito de Palmeiras, ajuda a entender mais sobre a história de Suzano. Os levantamentos patrimoniais para o processo permitiram que o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compac) tivesse informações sobre a ocupação territorial da região Sul da cidade que ainda eram desconhecidos. Outro dado diz respeito ao registro da imigração alemã em Suzano.
O conjunto é formado pela Fazenda Santa Helena, a chaminé do antigo alambique onde se produzia a Água Ardente Sertão, o loteamento e o Clube dos Oficiais, a Capela de Santa Helena e a Escola Estadual Helena Zerrener.
O tombamento aconteceu em uma reunião do conselho no dia 17 de agosto, data em que é celebrado o Dia do Patrimônio Histórico. Esse foi o segundo patrimônio tombado da cidade.
O primeiro tombamento foi a Academia de Judô Terazaki em 2022. O templo foi construído por Tokuzo Terazaki em 1937 na Vila Urupês. O prédio é uma réplica do Kodokan o primeiro templo de judô do Japão que foi onde Terazaki aprendeu a arte marcial.
“Com a mistura dos saberes construtivos praticados no território de Suzano, a academia ganhou características singulares, onde se percebe influências claras da imigração japonesa, libanesa e portuguesa, o que faz do edifício um exemplar único da estética municipal”, conta a presidente do Compac, Cind Kelly Octaviano.
Ela destaca ainda que o conjunto da Fazenda Sertão é uma descoberta recente sobre a ocupação territorial de Suzano. “Antes dos levantamentos patrimoniais sobre os remanescentes da antiga fazenda pouco se sabia sobre a ocupação da região Sul do município. Todo o grupo de pesquisa se empenhou muito para trazer à luz essa história que hoje temos conhecimento remontando ao século XIX”, diz.
Ela completa que a Fazenda Sertão teve várias fases, sendo testemunha das mudanças sociais e econômicas da comunidade no território que hoje corresponde a um terço de Suzano, estendendo-se a Ribeirão Pires.
“O espaço é um registro histórico da imigração alemã para Suzano, comprova a existência de atividades proto-industriais e revela a luta e conquista da comunidade por uma classe escolar”.
Academia de Judô Terazaki foi tombada em 2022
Reprodução/TV Diário
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Próximos passos
Segundo a presidente do Compac, o Conjunto da Capela do Baruel formado pela Capela de Nossa Senhora da Piedade, cruzeiro, praça, antigo cemitério, a caminhada e a Festa do Baruel, Antigo Paço Municipal, Casa da Família Marques Figueira e Yakisoba de Suzano estão em fase de estudo para possíveis tombamentos.
Além disso existem grupos de estudos dedicados às religiões existentes na cidade entre o final do século XIX e o início do século XX e com o objetivo de entender a Fazenda Boa Vista, pois indícios apontam que o proprietário pode ter sido um dos patrocinadores da emancipação municipal.
“A emancipação de Suzano foi assinada em 1948 e os primeiros legisladores e prefeito assumiram em 2 de abril de 1949. Entretanto, como demonstram os estudos, a ocupação territorial acontece desde pelo menos o século XVII”, explica Cind.
A presidente do Compac destaca também que a população pode contribuir com os estudos, compartilhando informações, fotos, documentos, jornais e, principalmente, relatos.
Cind Kelly Octaviano lembra que o tombamento permite que existam políticas públicas que preservem ou fomentem ações conservativas daquilo que valoriza e dá identidade ao município.
“Tombar é reconhecer valor. O tombamento é uma das formas possíveis de política pública para preservação da memória e dos valores que tornam um agrupamento de pessoas uma sociedade. Assim como guardamos objetos e preservamos tradições familiares, também fazemos isso em nossa cidade.”
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