Preservação da ‘zona de amortecimento’ da Serra do Itapeti, em Mogi, atrai pesquisadores; entenda o que é


Responsável por abrigar várias espécies da flora e garantir moradia e alimento para a fauna, a Serra do Itapeti já foi centro de captação da água que abastece a cidade e até um parque aberto ao público. Atualmente, a unidade de conservação recebe somente visitas monitoradas. Entenda a importância de preservar a Zona de Amortecimento da Serra do Itapeti
A Serra do Itapeti, em Mogi das Cruzes, é a responsável por abrigar várias espécies da flora e garantir moradia e alimento para a fauna. É uma área de grande riqueza para a cidade, mas nem todos os cidadãos podem ter acesso, já que o Parque Natural Municipal Francisco Affonso de Melo – conhecido como “Chiquinho Veríssimo” – é uma área integral de proteção ambiental e as visitas são monitoradas.
Uma curiosidade é que o centro de captação de águas da cidade ficava dentro do parque. Então, segundo o secretário adjunto de Meio Ambiente e Proteção Animal Daniel Teixeira de Lima, até a década de 1950 o município era abastecido pela água do parque. Entretanto, com o aumento da população, Mogi das Cruzes começou a ser abastecida pelo Rio Tietê.
Já nos anos 70, o parque foi transformado em área de lazer. Neste momento, o local começou a ser frequentado por muitas famílias mogianas e, claro, turistas. “Tinha teleférico, lagos e o movimento que existe hoje no Parque Centenário era o movimento que tinha no Chiquinho Veríssimo”, diz.
Lima explica que na década de 80 o parque foi fechado e só foi reaberto nos anos 2000, como uma Unidade de Conservação Municipal.
O monitor ambiental Mariano Vicco explica que o local tem três trilhas abertas para visitação: Pau Jacaré, Bromélias e Palmito. Além dessas, o espaço conta com uma trilha fechada que tem como destino final a “Nascente Modelo”, que é uma nascente de água que abastece o Tietê.
“Para manter a preservação dessa fonte é só preservando a mata. Se a área verde estiver preservada, a água também está”.
Quem acompanhou parte dessa mudança, foi a secretária administrativa Maria do Carmo Nascimento que trabalha há 30 anos em uma associação que funciona na Serra do Itapeti.
“Eu subo e desço a serra todos os dias para trabalhar. Para mim, é um privilégio. Esse tempo todo fazendo parte da natureza, vendo a natureza mudando, vendo os bichinhos… Cada dia é uma coisa nova”, conta.
A associação em que a Maria do Carmo trabalha funciona como sede de projeto social com crianças. A coordenadora do projeto Claudete Maria Tarataca diz que a ação existe há quase 20 anos e tem como objetivo principal incentivar o contato com a natureza.
“Ensinamos para as crianças que temos que respeitar a natureza. Nós temos papagaios, bichos-preguiça, carcará, tucanos… Quando os bichinhos aparecem, as crianças ficam muito felizes”.
Preservação da ‘zona de amortecimento’ da Serra do Itapeti, em Mogi, atrai pesquisadores; entenda o que é
Reprodução/TV Diário
Preservação
Com o crescimento da cidade, cada vez mais casas estão subindo a serra. A ocupação desenfreada da Serra do Itapeti é uma das principais preocupações dos ambientalistas, pois coloca em risco a flora e a fauna.
Há oito anos o professor Ricardo Sartorello desenvolve pesquisas e projetos sobre a Serra do Itapeti. Ao todo, são cinco projetos e mais de 20 estudos. Inclusive, uma dessas pesquisas virou até livro: “Caminhos do Itapeti”.
“O livro fala sobre uma área de proteção da serra, chamada ‘zona de amortecimento’, que é uma área em que há uma legislação ambiental para proteger o entorno de unidades de conservação de efeitos negativos externos”, explica.
“São proibidas quaisquer atividades que possam provocar poluições, então, desde lixo, incêndios, contaminação química. Enfim, tudo que possa trazer algum tipo de malefício para o parque”.
“Para incentivo da preservação, quando os visitantes chegam no local, nós já dizemos que as únicas coisas que eles podem tirar do parque são fotos e sorrisos. De restante, é manter da forma que está. Se a população pegar alguém jogando lixo, agredindo algum animal ou derrubando alguma árvore, é necessário fazer a denúncia”, completa Daniel Teixeira de Lima, secretário adjunto de Meio Ambiente e Proteção Animal.
Em nota, a Prefeitura de Mogi destaca que mantém, de forma permanente, coleta de lixo domiciliar e outras ações como a Operação Cata-Tranqueira e o projeto Cidade Bonita, com mutirão de zeladoria. Além disso, a administração municipal orienta que os moradores, ao flagrarem descarte irregular de lixo, denunciem pelo telefone 153. A multa para o infrator que for flagrado é de R$ 222,54.
Já quem quiser visitar o Parque Municipal Chiquinho Veríssimo pode fazer o agendamento pelo 4798-5959 ou pelo e-mail [email protected].
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