“Perdemos quase tudo e minha mãe ainda foi demitida”, diz morador de Poá após enchentes

A população do Alto Tietê sofre com os impactos das chuvas nos últimos dias. Devido às chuvas intensas do último fim de semana, cerca de 1,2 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas na região. Em Poá, Abílio Murilo Borges, de 25 anos, também foi surpreendido com a quantidade de água que invadiu a casa da família durante a madrugada e perdeu grande parte da mobília.

No domingo (02/02), Borges afirma que acordou durante a madrugada, por volta das 3h, para ir ao banheiro e se deparou com um cenário assustador dentro da própria casa. “Quando levantei, eu vi a casa cheia de água. Fui abrir o portão e não deu, a pressão da água era muito forte. Se eu abrisse, entraria mais água. A água subiu por volta de 1,5 metro de altura. Só deu tempo de acordar a minha mãe, a minha avó, que é uma senhora de 72 anos, e a família do meu irmão, que mora nos fundos”, relata.

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Na casa de Borges, moram outras sete pessoas, incluindo crianças e a avó. A quantidade de água que invadiu a casa foi suficiente para estragar grande parte da mobília da família. “Perdemos três máquina de lavar, duas geladeiras, mesa, sofá, cama, colchão, meu computador. Entrou água nos dois carros da minha família. Não tive nem tempo de somar o prejuízo. É uma situação de impotência, não desejo isso para ninguém”, comenta.

Carro da família estava na garagem e foi tomado pela enchente | Acervo Pessoal/Abílio Borges.

Para limpar a casa após os estragos, a mãe de Borges, Juliana Nascimento Borges, de 47 anos, pediu uma folga no serviço. No dia seguinte, foi demitida pela empresa. “Minha mãe avisou a empresa que não poderia trabalhar no dia, por conta do que passamos. Ela nunca havia faltado no trabalho em quatro anos. Perdemos quase tudo, ela avisou a empresa e ainda foi demitida”, desabafa Borges.

A família de Borges está realizando uma vaquinha online e pede a ajuda das pessoas na internet. “Coloquei um valor simbólico para receber a ajuda das pessoas neste momento”, conclui.

Poá decreta emergência após enchentes e pede apoio estadual

As fortes chuvas em Poá no sábado (1º/2) causaram enchentes e alagamentos, com 75 mm de precipitação registrados. A prefeitura decretou situação de emergência, cadastrou 102 pessoas em áreas de risco e montou um abrigo provisório na Praça de Eventos.

Em reunião virtual, o governador Tarcísio de Freitas foi acionado pelo prefeito Saulo Souza para apoiar a limpeza e o desassoreamento do piscinão da Vila Romana, que transbordou. O município também enfrenta deslizamentos e alagamentos em pelo menos cinco bairros.

O Fundo Social de Solidariedade recebe doações na Rua Alberto Rossi, 130.

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