Moradora de Mogi das Cruzes chega aos 100 anos e diz: ‘Nunca tomei remédio de uso contínuo’

Ter uma vida longa não é, definitivamente, uma tarefa fácil. Para alcançar a marca, com saúde, é necessária a combinação de fatores biológicos, ambientais e comportamentais. Aos 100 anos e sete meses de vida, Margot Editha Rathsan Vries, moradora de Mogi das Cruzes, não deixa de fazer as cinco refeições por dia e mantém hábitos antigos, entre eles comer mingau de maisena misturado a um ovo, como sua mãe costumava fazer. “Nunca tomei remédio de uso contínuo”, revela.

“Também como fatias de mamão e tomo xícara de leite com café com biscoitinhos. Consumo uma fruta antes do almoço“, completa.

Com uma memória impecável, inclusive para datas, a centenária vive com o filho e a nora em um apartamento em Mogi das Cruzes. Ela consegue ter certa independência, mas anda com um pouco de dificuldade após problemas no joelho e algumas quedas. 

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Tem a audição comprometida e depende de ajuda para certas atividades. Há oito anos, perdeu a visão dos dois olhos após a descoberta de um glaucoma: “Minha maior tristeza”, disse. Com o tempo, se adaptou à condição e desenvolveu um excelente senso de localização e territorialidade não só em casa como fora dela.

Margot, inclusive, faz parte de um estudo que identifica a influência da predisposição genética diante dessa realidade de bons hábitos,  desenvolvido pelo Instituto Internacional de Pesquisa e Educação (IPE) da Hapvida NotreDame Intermédica em parceria com o Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP).

Em São Paulo, a Hapvida acompanha 25 pacientes com mais de 100 anos de idade. Eles são monitorados por uma equipe multiprofissional da rede e estão inclusos em linhas de cuidados, conforme indicação técnica e necessidade, focando em melhorar significativamente os desfechos em saúde. 

A partir dele, os pesquisadores podem ter acesso detalhado ao histórico de saúde deste público com 100 anos, bem como ao contexto clínico no qual eles são tratados

O acompanhamento contínuo e o registro detalhado oferecido pelo programa possibilitam uma conexão entre dados clínicos e genéticos, logo podem ajudar a identificar fatores específicos, como condições de saúde anteriores e tratamentos recebidos, influenciando a longevidade.

O estudo, que recebe o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), irá aprofundar o conhecimento sobre os processos biológicos que ocorrem durante o envelhecimento, a partir da posterior criação de um banco de dados genômicos com finalidade exclusiva de pesquisa.

História

Nasceu durante a Revolução de 1924. Filha de uma alemã e de um químico brasileiro, foi criada à base de leite de cabra. Teve sarampo, rubéola, coqueluche, tétano, escarlatina, retirou a vesícula e o apêndice, recuperou-se de uma fratura na bacia há dois anos e passou duas vezes pela covid-19 sem a necessidade de internação.

Chegou a pesar 105 quilos e, ao longo de 95% de sua vida, esteve em sobrepeso. É empreendedora, já teve o próprio restaurante, e é mãe de quatro filhos. “Quando tenho insônia, peço pra Alexa colocar uma típica valsa vienense e me vejo dançando. Não é só um pra cá, outro pra lá. Não sou figurino de TV, sou de museu”, brinca.

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