Wesley Cavalcanti dos Passos conheceu as artes circenses quando tinha 16 anos e se apresentava nos semáforos da cidade onde morava. Hoje, aos 24 anos, o jovem trabalha como palhaço em um parque aquático de Wuhan, na China. Artista se apresentava nos semáforos de Suzano, cidade onde morava
Wesley Cavalcanti dos Passos/Arquivo pessoal
“Arte significa ser o que é, com a liberdade de expressar sua máxima potência. Como uma vela que acende a chama de outra vela e, assim, elas têm força o suficiente para iluminar um local inteiro”. É assim que o artista Wesley Cavalcanti dos Passos, de 24 anos, define o trabalho que o fez sair dos semáforos de Suzano, na Grande São Paulo, para iluminar o outro lado do mundo.
O jovem conta que entrou no mundo da arte com 16 anos, por meio dos amigos circenses. “Eles me ensinaram muita coisa, andar de pernas de pau, atuação, como ser um palhaço, como construir números de circo e, o principal, malabarismo, que foi o que fez eu me apaixonar”.
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Passos se dedicou ao malabarismo durante seis meses. Depois disso, sentiu necessidade de se aperfeiçoar em outras categorias do circo e, dessa forma, conheceu a segunda e, hoje, principal paixão: a pirofagia.
“Comecei a ser reconhecido por minha arte. Nesse momento, além de ficar nos semáforos, comecei a trabalhar em eventos corporativos, fazendo apresentações de pirofagia, malabares e intervenções circenses”, relata.
Passos conta que, além dos semáforos, começou a se apresentar em eventos corporativos
Le Silva/Divulgação
🔥 O que é pirofagia?
“A pirofagia é a arte de manipulação e dominação do fogo, seja ele em uma categoria de manipulação de objetos com fogo ou a manipulação do fogo em si, como engolir fogo, cuspir fogo”, diz o artista.
Vale lembrar que os pirofagistas contam com uma técnica para exercer a arte sem nenhum risco. Então, não é recomendado fazer isso sem o preparo adequado.
Artista chegou em Wuhan, na China, em junho deste ano
Wesley Cavalcanti dos Passos/Arquivo pessoal
✈️ De Suzano a Wuhan, na China
Passos conta que sempre teve vontade de viajar o mundo e percebeu que, trabalhando com arte, conseguiria chegar em qualquer lugar.
“Em 2021 eu recebi uma proposta para vir para a China, mas estava no meio da pandemia. Nisso, eu comecei a correr atrás das documentações, como passaporte e certificado de profilaxia. Dentro desse tempo decretaram quarentena e eu não consegui vir”.
Já em março deste ano, a oportunidade apareceu mais uma vez. “Fui chamado para trabalhar como palhaço em um parque aquático. Como eu já estava com todos os documentos, foi tudo mais fácil. Cheguei no começo de junho, a princípio com um contrato de seis meses, mas há um mês assinei um novo contrato, dessa vez de um ano”.
“A arte é uma linguagem universal. Estou aqui do outro lado do mundo, em uma cultura totalmente diferente, e mesmo assim consigo tocar os corações das pessoas que estão aqui”.
Mesmo não atundo como pirofagista no parque aquático, o jovem afirma que as ruas da China são palco de apresentações com fogo.
Artista trabalha como palhaço em um parque aquático de Wuhan
Haichang Polar Ocean World/Divulgação
O pirofagista relata que tiveram algumas pessoas que falaram que a arte não “daria futuro”, que ele não teria qualidade de vida e que, para conseguir “ser alguém” precisaria de um trabalho de carteira registrada.
“Nunca me desmotivei. Acredito muito na minha capacidade porque, na verdade, é isso, né? Devemos acreditar em nós mesmos, por mais que digam que não vamos conseguir. Com isso, eu acabo inspirando muitos artistas que acompanharam minha trajetória. Eu estar aqui hoje é uma prova de que todos nós podemos alcançar aquilo que queremos”.
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