Em entrevista ao jornal\u00a0Rep\u00f3rter Brasil, da\u00a0TV Brasil,\u00a0ele defendeu a urg\u00eancia da aprova\u00e7\u00e3o do acordo entre o Mercosul e a Uni\u00e3o Europeia (UE).<\/p>\n

\u201cO processo de negocia\u00e7\u00e3o \u00e9 um ponto importante a ser levado. Tem que tentar uma retalia\u00e7\u00e3o em alguns produtos, mas tamb\u00e9m tem que haver uma negocia\u00e7\u00e3o com outros pa\u00edses. Acho a viagem do presidente Lula para o Jap\u00e3o e para o Vietn\u00e3 importante no sentido de buscar novos parceiros comerciais, de intensificar nossas rela\u00e7\u00f5es com esses pa\u00edses que est\u00e3o crescendo, est\u00e3o se tornando importantes na economia mundial\u201d, disse o professor.<\/p>\n

Para Marquetti, o acordo Mercosul\u2013UE tem import\u00e2ncia estrat\u00e9gica para amenizar o impacto da decis\u00e3o do governo de Donald Trump. Segundo ele, o\u00a0acordo n\u00e3o beneficiar\u00e1 apenas a balan\u00e7a comercial (exporta\u00e7\u00e3o e importa\u00e7\u00e3o de bens), mas tamb\u00e9m a balan\u00e7a de servi\u00e7os, em que o Brasil importa muito mais do que exporta e consome cerca de 40% do super\u00e1vit comercial.<\/p>\n

\u201cCertamente, [a sobretaxa\u00e7\u00e3o de Trump] abre um espa\u00e7o de negocia\u00e7\u00e3o e de busca de novos parceiros comerciais. Inclusive o acordo do Mercosul com a Uni\u00e3o Europeia, esse \u00e9 o momento de implementar. Esse acordo, de buscar as novas parcerias do Brasil que envolvam tanto a balan\u00e7a de bens e de servi\u00e7os. Temos uma balan\u00e7a comercial bastante positiva, mas a nossa balan\u00e7a de servi\u00e7os, no caso brasileiro, \u00e9 negativa\u201d, disse o professor.<\/p>\n

Marquetti lembrou que a\u00a0decis\u00e3o dos Estados Unidos abrange apenas as importa\u00e7\u00f5es de bens, n\u00e3o de servi\u00e7os. Isso porque o pa\u00eds \u00e9 um dos maiores exportadores de servi\u00e7os do planeta, principalmente de servi\u00e7os tecnol\u00f3gicos e audiovisuais.<\/p>\n

O professor disse ainda\u00a0que o\u00a0Brasil, como a s\u00e9tima ou a oitava maior economia do planeta (dependendo da medi\u00e7\u00e3o), tem espa\u00e7o para ocupar o mercado mundial \u00e0 medida que outros pa\u00edses retaliarem os Estados Unidos.<\/p>\n

Ele, no entanto, recomenda que o processo n\u00e3o ocorra apenas com produtos agr\u00edcolas e minerais, mas abranja produtos de maior valor agregado.<\/p>\n

\u201cO Brasil tem um espa\u00e7o para ocupar o mercado mundial, inclusive o espa\u00e7o que os outros pa\u00edses, ao responderem aos Estados Unidos, deixarem de comprar. No caso da China, os chineses j\u00e1 est\u00e3o comprando mais produtos agr\u00edcolas brasileiros. E aqui tem um ponto importante: como a gente pode aproveitar essa crise mundial, com origem nas tarifas nos Estados Unidos, para melhorar a nossa pauta de exporta\u00e7\u00e3o? Para a gente, exportar tamb\u00e9m mais produtos industriais e com maior valor adicionado na economia nacional\u201d, concluiu.<\/p>\n

Reciprocidade comercial<\/p>\n

Ap\u00f3s o an\u00fancio de Trump, a C\u00e2mara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (2), o Projeto de Lei 2.088\/2023, que cria a\u00a0Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra pa\u00edses e blocos que imponham barreiras\u00a0aos produtos do Brasil no mercado global. Agora, o\u00a0texto segue para san\u00e7\u00e3o presidencial.<\/p>\n

O governo brasileiro\u00a0n\u00e3o\u00a0descarta a possibilidade de recorrer \u00e0 Organiza\u00e7\u00e3o Mundial do Com\u00e9rcio (OMC) contra o tarifa\u00e7o,\u00a0informaram\u00a0os minist\u00e9rios das Rela\u00e7\u00f5es Exteriores (Itamaraty) e do Desenvolvimento, Ind\u00fastria, Com\u00e9rcio e Servi\u00e7os (Mdic). No entanto, a prioridade\u00a0neste momento \u00e9 negociar a revers\u00e3o das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos.<\/p><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"