{"id":802,"date":"2023-06-05T19:12:51","date_gmt":"2023-06-05T22:12:51","guid":{"rendered":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/802"},"modified":"2023-06-05T19:12:51","modified_gmt":"2023-06-05T22:12:51","slug":"dia-mundial-do-meio-ambiente-trabalho-de-recicladores-ameniza-impactos-do-plastico-no-alto-tiete","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/arquivos\/802","title":{"rendered":"Dia Mundial do Meio Ambiente: Trabalho de recicladores ameniza impactos do pl\u00e1stico no Alto Tiet\u00ea"},"content":{"rendered":"


Relat\u00f3rio recente do Greenpeace aponta para a urg\u00eancia de reduzir a produ\u00e7\u00e3o e o uso de pl\u00e1stico. Jos\u00e9 Valverde Machado Filho, mestre e professor em Direito Ambiental na PUC-SP, afirma que a educa\u00e7\u00e3o ambiental, unida a outras mudan\u00e7as, pode mudar este cen\u00e1rio. Dia Mundial do Meio Ambiente: entenda como o uso do pl\u00e1stico contamina Terra e mar
\nNesta segunda-feira (5), \u00e9 celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Uma pesquisa do Greenpeace apresentada no fim de maio deste ano mostra que a reciclagem do pl\u00e1stico, material que contamina a terra e o mar, n\u00e3o \u00e9 uma boa alternativa, porque ele se torna ainda mais t\u00f3xico. Mas enquanto o material ainda \u00e9 largamente utilizado, s\u00e3o os recicladores que evitam estragos ainda maiores.
\n\u00c9 quase imposs\u00edvel passar um dia sem esbarrar com ele. Seja no copo d’\u00e1gua ou de cafezinho, o pl\u00e1stico est\u00e1 espalhado no nosso dia a dia. Infelizmente, depois de usado, muitas vezes acaba levando um fim nada correto.
\nA garrafa de \u00e1gua vai parar na boca-de-lobo e nas cal\u00e7adas \u00e9 f\u00e1cil encontrar mais lixo. Os impactos ambientais deste descarte incorreto s\u00e3o minimizados por pessoas como Joelma Andrade Rodrigues. Diariamente, a coletora de recicl\u00e1veis carrega a perua com as sacolas e sai pelos bairros de Mogi das Cruzes.
\n\u201cVai pegando material e traz tudo pro dep\u00f3sito e l\u00e1 faz a separa\u00e7\u00e3o. L\u00e1, tudo \u00e9 separadinho. O que n\u00f3s sofremos \u00e9 isso a\u00ed: segunda, quarta e sexta \u00e9 dia de lixo seco. Inclusive, o pessoal coloca ter\u00e7a, quinta e s\u00e1bado junto com o lixo \u00famido, onde coloca nossa reciclagem. Pela reciclagem, que o pessoal acha que \u00e9 lixo, \u00e9 onde a gente consegue ganhar o nosso dinheiro\u201d, disse a recicladora.
\nJoelma trabalha com a fam\u00edlia na coleta de materiais recicl\u00e1veis em Mogi das Cruzes
\nTV Di\u00e1rio\/Reprodu\u00e7\u00e3o
\nEm m\u00e9dia, ela percorre dez bairros todos os dias na cidade que, segundo a prefeitura, coleta uma m\u00e9dia de 8.600 quilos de pl\u00e1stico por m\u00eas. Depois de horas na rua, Joelma retorna ao espa\u00e7o onde ela e a sobrinha separam os materiais. \u00c9 um trabalho de formiguinha que garante a renda da fam\u00edlia.
\n\u201c\u00c9 maravilhoso porque, querendo ou n\u00e3o, n\u00e3o vai ter muito rios que entopem com esse tipo de lixo. Querendo ou n\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 um lixo, porque \u00e9 o nosso dia a dia, \u00e9 o nosso p\u00e3o de cada dia, nossa renda. Porque hoje em dia tem muito pessoal desempregado. Eu dou gra\u00e7as a Deus que eu tenho esse meu trabalho. Eu amo demais o que eu fa\u00e7o\u201d.
\nPl\u00e1stico e reciclagem
\nOs pl\u00e1sticos que passam pelo ciclo de reciclagem cont\u00eam, geralmente, n\u00edveis mais altos de produtos qu\u00edmicos, que podem envenenar as pessoas e contaminar as comunidades. \u00c9 o que concluiu um relat\u00f3rio do Greenpeace. O documento re\u00fane dados cient\u00edficos que apontam para a urg\u00eancia de reduzir a produ\u00e7\u00e3o e o uso de pl\u00e1stico.
\n\u201cO pl\u00e1stico vem do petr\u00f3leo. Ent\u00e3o, ele \u00e9 uma fonte n\u00e3o renov\u00e1vel e o pl\u00e1stico, quando ele se degrada, esse pol\u00edmero libera um grande n\u00famero de part\u00edculas t\u00f3xicas no meio ambiente e ele pode contaminar. T\u00eam sido encontrados diversos componentes da cadeia alimentar, tanto marinha quanto terrestre \u201d, explica o bi\u00f3logo Rodrigo Marques explicou sobre o processo do material.
\nMateriais pl\u00e1sticos s\u00e3o a mat\u00e9ria-prima do trabalho de recicladores do Alto Tiet\u00ea
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/TV Di\u00e1rio
\nAinda de acordo com o Greenpeace, a estimativa \u00e9 de que, at\u00e9 2060, a produ\u00e7\u00e3o mundial de pl\u00e1stico triplique. Por isso, a ONG defende o fim do pl\u00e1stico. Esta ideia, na vis\u00e3o do bi\u00f3logo, deve ser empregada o quanto antes.
\n\u201cO pl\u00e1stico hoje pode ser substitu\u00eddo, na verdade ele deve ser substitu\u00eddo. Ele foi implementado mais por um conforto t\u00e9cnico e pelo pre\u00e7o da sua produ\u00e7\u00e3o. Ent\u00e3o, ele \u00e9 uma subst\u00e2ncia muito barata de ser produzida. No entanto, esse custo ambiental suplementa e muito a economia que a gente faz com a produ\u00e7\u00e3o dele. Hoje, o ideal \u00e9 a gente trocar a sacolinha do supermercado por sacolinhas dur\u00e1veis. \u00c9 a gente substituir sacolinhas pl\u00e1sticas por sacolinhas de papel, por exemplo, que degradam mais facilmente e n\u00e3o destroem o meio ambiente\u201d, completou o bi\u00f3logo.
\nSolu\u00e7\u00f5es para o impacto do pl\u00e1stico
\nN\u00fameros de uma pesquisa realizada antes da pandemia mostram que cada brasileiro produz, em m\u00e9dia, um quilo de pl\u00e1stico por semana. Na contram\u00e3o, o pa\u00eds \u00e9 um dos que menos recicla esse tipo de material, apenas 1%. Cerca de 2,4 milh\u00f5es de toneladas acabam sendo descartadas irregularmente todos os anos.
\nJos\u00e9 Valverde Machado Filho, mestre e professor em direito ambiental da Pontif\u00edcia Universidade Cat\u00f3lica de S\u00e3o Paulo (PUC-SP), explica quais as alternativas para a substitui\u00e7\u00e3o do uso do pl\u00e1stico.
\n\u201cO mundo fez isso. Na semana passada, 175 pa\u00edses se debru\u00e7aram sobre essa quest\u00e3o do pl\u00e1stico, pra reduzir a polui\u00e7\u00e3o do pl\u00e1stico em 80% em todo o mundo at\u00e9 2040. E a\u00ed abordando praticamente tr\u00eas linhas. Primeiro, a quest\u00e3o de reusar. O pl\u00e1stico ainda tem um potencial de reuso que isso n\u00e3o est\u00e1 na realidade das pessoas e tamb\u00e9m do pr\u00f3prio setor produtivo. Segundo ponto, reciclar. O programa mundial da (Organiza\u00e7\u00e3o) das Na\u00e7\u00f5es Unidas coloca muita luz sobre a import\u00e2ncia de se dar uma destina\u00e7\u00e3o para a reciclagem do pl\u00e1stico. E o terceiro \u00e9 reorientar as diversas formas de se utilizar. Por exemplo, a quest\u00e3o do banimento desse pl\u00e1stico de uso \u00fanico. Esse, sem d\u00favida nenhuma, \u00e9 um grande desafio. No ano passado, 350 milh\u00f5es de toneladas foram geradas como lixo advindo do pl\u00e1stico. Ent\u00e3o, sem d\u00favida nenhuma, h\u00e1 uma necessidade de legisla\u00e7\u00f5es, pol\u00edticas p\u00fablicas, mas mais ainda, uma mudan\u00e7a da dire\u00e7\u00e3o do nosso desenvolvimento econ\u00f4mico\u201d.
\nPor causa de suas dimens\u00f5es continentais, o Brasil encontra alguns desafios na implementa\u00e7\u00e3o de pr\u00e1ticas sustent\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o ao pl\u00e1stico. Para o pesquisador, uma delas \u00e9 a mudan\u00e7a no Plano Nacional de Res\u00edduos S\u00f3lidos.
\n\u201cO res\u00edduo s\u00f3lido como um todo no Brasil \u00e9 um grande desafio. N\u00f3s estamos ainda numa era medieval. N\u00f3s estamos, hoje, no s\u00e9culo 21 fazendo esse gerenciamento como se fazia no s\u00e9culo 19. Ou seja, recolhemos nas cidades e afastamos para enterrar. Enterramos pagando com o nosso dinheiro, aquilo que tem valor econ\u00f4mico. Para se ter uma ideia, o Plano Nacional de Res\u00edduos S\u00f3lidos trouxe que, no Brasil, apenas se recicla, do ponto de vista geral, de todas as cadeias, 2,2%. N\u00f3s estamos atrasados por conta do nossos sistema de fazer essa gest\u00e3o”.
\nTubos, mangueiras e outros produtos criados a partir do pl\u00e1stico podem ser reciclados
\nTV Di\u00e1rio\/Reprodu\u00e7\u00e3o
\n“N\u00f3s temos um grande desafio tamb\u00e9m que \u00e9 cobrar do setor produtivo a implanta\u00e7\u00e3o da log\u00edstica reversa, ou seja, aquele que colocou o material, o produto, o pl\u00e1stico no mercado, tem que criar os mecanismos de trazer isso de volta. E fazer isso de uma maneira que se integre a um conceito de economia circular, uma economia que possa, inclusive, garantir os nossos recursos naturais. Essa economia circular tamb\u00e9m tem grande impacto na quest\u00e3o da inclus\u00e3o social. As pessoas que est\u00e3o na cata\u00e7\u00e3o, as cooperativas que t\u00eam ainda esse grande desafio e vivem ainda dessa cata\u00e7\u00e3o, mas esbarram no problema tamb\u00e9m da popula\u00e7\u00e3o”.
\nEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0s pr\u00e1ticas da popula\u00e7\u00e3o em geral, o especialista tamb\u00e9m chama a aten\u00e7\u00e3o para as pr\u00e1ticas do cotidiano. De acordo com ele, um conjunto de mudan\u00e7as da sociedade, do Estado e do setor privado pode causar uma diminui\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do pl\u00e1stico.
\n“N\u00f3s, enquanto cidad\u00e3os, n\u00e3o exercemos a nossa cidadania ambiental e n\u00e3o temos preocupa\u00e7\u00e3o de descartar adequadamente. Sabe por que? Eu me deparei com uma pesquisa recente onde 85% das pessoas n\u00e3o se preocupam em como v\u00e3o descartar seu res\u00edduo. A\u00ed o pl\u00e1stico \u00e9 algo que tem grande presen\u00e7a no nosso dia a dia. Ent\u00e3o, requer um esfor\u00e7o da legisla\u00e7\u00e3o nacional ser cumprida, do setor empresarial fazer sua pr\u00e1tica de colocar a log\u00edstica reversa, cidad\u00e3os fazerem a sua parte com o h\u00e1bito e tamb\u00e9m as cidade, que s\u00e3o respons\u00e1veis pela gest\u00e3o de res\u00edduos s\u00f3lidos, ampliarem os sistemas de coleta seletiva e comunicar isso de uma maneira adequada”.
\nO mestre e professor em direito ambiental ainda ressalta que a educa\u00e7\u00e3o ambiental \u00e9 um dos caminhos para uma conscientiza\u00e7\u00e3o que resulta em mudan\u00e7a de h\u00e1bitos e pr\u00e1ticas sustent\u00e1veis.
\n“A educa\u00e7\u00e3o ambiental, sem d\u00favida, deve fazer parte da educa\u00e7\u00e3o formal e n\u00f3s temos tamb\u00e9m um grande desafio. Um momento tamb\u00e9m de despertar a sociedade civil e o pr\u00f3prio setor empresarial, fabricante industrial, comerciante, pra que tamb\u00e9m comunique, sensibilize. Mais ainda, a educa\u00e7\u00e3o ambiental precisa ser premiada. A gente come\u00e7a a ver no Brasil e no estado de S\u00e3o Paulo algumas medidas que come\u00e7am a premiar, a chamada ‘gamifica\u00e7\u00e3o’. A pessoa vai l\u00e1, entrega o seu res\u00edduo e acaba tendo um cashback. Essa tamb\u00e9m \u00e9 uma linha muito interessante porque educar \u00e9 uma forma importante, mas tamb\u00e9m premiar aqueles que, de alguma maneira, criam novos h\u00e1bitos\u201d, explicou
\nAssista a mais not\u00edcias sobre o Alto Tiet\u00ea<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Relat\u00f3rio recente do Greenpeace aponta para a urg\u00eancia de reduzir a produ\u00e7\u00e3o e o uso de pl\u00e1stico. Jos\u00e9 Valverde Machado Filho, mestre e professor em Direito Ambiental na PUC-SP, afirma que a educa\u00e7\u00e3o ambiental, unida a outras mudan\u00e7as, pode mudar este cen\u00e1rio. Dia Mundial do Meio Ambiente: entenda como o… Continue lendo → <\/span><\/a><\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":803,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[],"class_list":["post-802","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-sem-categoria"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/802","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=802"}],"version-history":[{"count":0,"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/802\/revisions"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media\/803"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=802"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=802"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/spmogidascruzessuzano.jornalfloripa.com.br\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=802"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}