Na última sabatina com os candidatos à Prefeitura de Mogi das Cruzes do O Diário Entrevista, o candidato Roberto Rodrigues (PRTB) falou sobre um dos pontos mais polêmicos da sua candidatura: uma condenação do vice-presidente do partido na cidade por associação com o crime organizado e posterior impugnação da candidatura para vereador. Trata-se de Edilson Ricardo, que entrou na política mogiana justamente por Roberto Rodrigues, que também assumiu como advogado de defesa dele.
Edilson foi condenado por participar da ação do Novo Cangaço. O caso foi em 2009, quando uma quadrilha atacou uma companhia da Polícia Militar com o objetivo de tomar o controle de Guararema e, com isso, roubar caixas eletrônicos de uma agência bancária. Ele teve sua candidatura impugnada por ter sido condenado há menos de 8 anos – tempo exigido pela Justiça para que alguém se candidate em pleitos eleitorais.
Na entrevista para o jornalista Saulo Tiossi, Roberto Rodrigues saiu em defesa do cliente, amigo e companheiro de partido. Disse que conhece toda a família e o chamou de “pessoa de bem”. Rodrigues disse ainda que foi ele quem trouxe Edilson para a política e que o amigo foi condenado sem provas. “Se ele tivesse me contratado não teria sido condenado a nada”, completou.
Veja o trecho da entrevista abaixo
Questionado sobre os riscos que a entrada de Edilson em sua chapa poderia trazer, Rodrigues ressaltou a sua amizade com o vice-presidente municipal e reiterou que Edilson “não tem mais débitos com a sociedade”.
“Eu não vi como um risco, sabe por quê? Porque quando a gente está em um processo eleitoral, são poucas pessoas que se dispõem a estar junto. E ele é uma pessoa que eu conheço de verdade. E falo mais: se fosse para escolher entre a amizade dele e ser prefeito da cidade, eu ficaria com a amizade dele. Não preciso de voto, nessa condição não.”
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Relações com o partido
José Roberto Rodrigues também falou sobre suas relações com outros nomes dentro do PRTB – como o do presidente nacional, Leonardo Avalanche, e o candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal.
Segundo Rodrigues, sua relação com o PRTB começou durante um jantar em Brasília. Ele havia viajado para a Capital para defender um cliente e, durante um evento, conversou com Leonardo Avalanche, sem saber de quem se tratava. Rodrigues, entretanto, foi questionado sobre as notícias sobre uma suposta ligação de Avalanche com o crime organizado, mas respondeu dizendo que está no partido há pouco tempo e, portanto, não conhece seu histórico.
“Eu não consigo dizer para você o que ele fez para ser presidente do partido, mas se ele fez alguma coisa ou se fez algum conchavo com criminosos, isso tem que ser investigado. E, se isso ficar caracterizado, que ele seja responsabilizado. Eu acho que, na nossa sociedade, não dá para aceitar nenhum tipo de conchavo com o crime.”
Ainda sobre a sua entrada no PRTB, Rodrigues comentou que Mogi das Cruzes chegou a ser considerada um “alvo” do partido. Entretanto, com a ascensão de Pablo Marçal, a prefeitura da capital paulista passou a ser uma prioridade.
Rodrigues disse, também, que Avalanche não “prometeu nada” para ele, apenas lhe concedeu a legenda para disputar o pleito mogiano e, por isso, não se incomoda com a atenção que o partido tem dado à disputa em São Paulo.
“Quando o partido focou em São Paulo, infelizmente os outros municípios não foram beneficiados. Só que eu também não reclamo, porque não me prometeram nada. Se estar próximo de Pablo Marçal está trazendo algum benefício para mim? Eu acredito que não, mas existe uma proposta, por parte deles [o partido], de ele vir à cidade para ajudar na campanha.”
O programa com Roberto Rodrigues foi ao ar na última sexta-feira (13) e marcou o fim de uma série de entrevistas com os prefeituráveis de Mogi das Cruzes. O Diário Entrevista, programa comandado pelo jornalista Saulo Tiossi, é transmitido ao vivo todas às sexta-feiras, às 10h, pelo YouTube e, em áudio, pelo perfil do O Diário no Spotify.
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