carreira com a abertura da exposição “Trajetos e Trajetórias: Uma Década de Fotografia”. A
exposição será realizada no dia 9 de novembro no recém-inaugurado Centro Cultural
Castelo Zenker, a partir das 14h, marcando Fabrício Augusto como o primeiro artista a
expor neste importante espaço, que simboliza a rica história da cidade de Ferraz de
Vasconcelos.
Vindo de uma realidade humilde, Fabrício Augusto revela que começou sua jornada
fotográfica em 2014, utilizando apenas um aparelho celular. Ele destaca a relevância do uso
dessa ferramenta até os dias de hoje para a construção do seu trabalho. Iniciou sua
trajetória fotografando principalmente a rua e seus desdobramentos como cidade e
sociedade – pauta que mais tarde serviria como ideia central para criação e ideia dos seus
três filmes já estreados.
Ressalta que esse período da sua vida desempenhou um papel
crucial em sua trajetória para pensar arte e cultura, e principalmente para se reconhecer
sendo um artista da imagem. A sua ida precoce aos 14 anos a cidade de São Paulo se deu
na necessidade de contribuir para o sustento familiar, além disso, desejava conquistar sua
primeira câmara fotográfica, que se concretizou em 2016, com o apoio de sua mãe.
A segunda fase de sua carreira foi marcada por uma forte ligação e influência com o teatro,
onde começou a fotografar peças utilizando uma câmera semi-profissional. A sua ligação
com essa manifestação artística se mantém até hoje em seus principais trabalhos, onde já
teve a oportunidade de trabalhar com importantes grupos e coletivo teatrais, entre eles,
destaca o Teatro da Pombagira, Coletivo Estopô Balaio e o Teatro da Neura que carrega um
laço estreito e já fotografou – e também produziu, mais de dez peças teatrais do grupo.
Destaca algumas peças importantes durante sua trajetória: “Anatomia do Fauno”, “Meninos
Também Amam”, “A Última Virgem”, Viúva, Porém Honesta, “A Morta Mais Linda da
Cidade”, “Sábado de Aleluia”, “Alguns Destes E Seu Parente?” e “XAWARA”.
Com influência do teatro, sua paixão pela fotografia de palco e shows o levou a trabalhar
com artistas nacionais renomados, como: Criolo, Emicida, Tássia Reis, LuedjI Luna,
Gilsons, Letrux, Bia Ferreira, Bruno Capinan, Jorge Aragão, entre outros, já enquanto morou
no Canadá trabalhou e fotografou artistas internacionais como a banda colombiana INDUS,
Sonic Griot e Matt Somber.
Mais recentemente, Fabrício Augusto se dedicou à fotografia documental, transitando entre
fotografia e audiovisual, resultando em três filmes: “O Som do Silêncio”, que aborda o
isolamento social durante a pandemia; “A Vida Real”, que retrata a recuperação social após
o confinamento (ambos contemplados e premiados em editais públicos) e “Os Fios do
Sertão”, que aborda sua afetividade com o Ceará, selecionado para o prestigiado festival de
cinema independente 1Minuto. Como destaque sendo documentarista, seu filme “Todo
Menino É Um Rio”, filmado no no sertão Ceará, que retrata o importante e emblemático Rio
Jaguaribe e seus desdobramentos para a população em suas margens, esse importante
trabalho também gerou uma exposição fotográfica na Biblioteca Municipal de Ferraz de
Vasconcelos José Andere, com recorde de público em 2022, no mesmo ano, estreou o filme
com exibição única no Cinema Municipal Wilma Bentivegna, em Suzano.
Fabrício já expôs seus trabalhos em locais diversos, como Centro Cultural Grajaú, Teatro
Municipal de Poa, Casa de Cultura de São Rafael, Centro Cultural Embu Guaçu, Escola
Livre de Teatro, Espaço Opereta, Espaço N de Arte Cultura, Centro Cultural Octo Marques e
Museu da Imagem e do Som de Araraquara.
Como destaque durante sua trajetória, em 2024, foi convidado pelo Museu das Favelas
para participar da exposição itinerante “Favela é Giro”, que inclui suas obras “A Vida Real”
(audiovisual) e “O Aniversário do Diabo” (fotografia), que passará por diversas cidades
espalhadas pelo Brasil, incluindo Ferraz de Vasconcelos em fevereiro de 2025.
Além dos seus diversos trabalhos fotográficos, Fabrício Augusto desenvolve dois trabalhos
autorais significativos: “Meu Corpo E”, que promove a aceitação do corpo nu como ato
político, e “TransCidades”, que destaca histórias da comunidade trans e travestis.
Do teatro à fotografia de palco. De projetos autorais com temáticas do corpo nu e a
importância da comunidade trans e travestis à fotografia documental. De Criolo e Emicida a
INDUS e Matt Somber. Do Ceará a São Paulo. Do Brasil ao Canadá, a exposição “Trajetos
e Trajetórias” trará imagens emblemáticas e importantes dos últimos dez anos, incluindo
obras inéditas e registros de seu intercâmbio cultural em Toronto entre 2023 e 2024. O
espaço ainda contará também com uma sala totalmente dedicada aos seus trabalhos
audiovisuais, e com uma festa de abertura comandada pelo DJ Jaylasse, com o melhor da
música brasileira, num dia que promete ser um marco para a trajetória do artista.