Após repercussão negativa, Tarcísio agora diz que governo de SP vai imprimir material didático para alunos: ‘As duas opções vão estar disponíveis’


Secretaria da Educação do Estado havia anunciado na terça (1º) decisão de usar material 100% digital para os alunos do 6º ao 9º ano a partir de 2024. ‘As coisas às vezes são mal comunicadas por nós mesmos’, disse o governador em visita a Biritiba Mirim neste sábado (5). Tarcísio de Freitas diz que governo vai imprimir material didático para alunos
Após repercussão negativa, com críticas de educadores, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou neste sábado (5) que o governo de São Paulo vai oferecer também material didático impresso para os alunos da rede estadual de ensino.
“Nós vamos encadernar esse material e entregar ele também impresso, encadernado. Ou seja, se o aluno quiser estudar digitalmente ele vai poder, se ele quiser estudar no conteúdo impresso, no caderno, ele também vai ter essa opção. As duas opções vão estar disponíveis”, disse o governador de São Paulo durante visita a Biritiba Mirim, no Alto Tietê.
Sala de aula de escola em São Paulo.
Reprodução/TV Globo
A Secretaria da Educação do Estado havia anunciado na terça-feira (1º) que o material didático de São Paulo passaria a ser 100% digital a partir de 2024 para alunos do 6º ao 9º ano. No total, 1,4 milhão de alunos seriam impactados pela medida, segundo Ângelo Xavier, presidente da Associação Brasileira de Livros e Conteúdos Educacionais.
Na ocasião, o secretário-executivo da pasta, Vinícius Neiva, defendeu a mudança do material didático impresso para o 100% digital. E, diferentemente do que afirmou neste sábado o governador, Neiva tratou como opção —não como regra— a possibilidade de imprimir material didático.
“A gente já se organizou para repassar dinheiro para as escolas para compra de papel, caso tenha necessidade de imprimir”, disse o secretário na terça. Ele também acrescentou que “as escolas estarão autorizadas a imprimir esse material nosso e entregar para os alunos que precisam”.
A decisão de usar material didático 100% digital foi criticada por educadores. “A gente sabe da dificuldade de acesso em muitos lugares. E também vai na contramão dos países que já tinham optado pelo uso dos recursos digitais e estão retrocedendo. A Suécia, por exemplo, eliminou completamente e agora só trabalha com livro”, disse ao g1 na ocasião Tereza Perez, presidente da Comunidade Educativa CEDAC.
Neste sábado, Tarcísio tratou a repercussão negativa do assunto como erro de comunicação do governo.
“Tudo vira polêmica… Acho que as coisas às vezes são mal comunicadas por nós mesmos. O que acontece: ao longo desse ano, a gente fez um esforço muito grande de criar conteúdo digital. São aulas digitais, são mais de 6 mil aulas preparadas. Qual o objetivo disso: primeiro, facilitar o esforço do professor e também uniformizar, padronizar. Então isso vai garantir que um aluno que está na ponta do Vale do Paraíba vai ter o mesmo conteúdo que será ministrado aqui no Alto Tietê, no Vale do Ribeira, no Oeste do Estado, no Pontal do Paranapanema, na cidade de São Paulo”, afirmou.
O governador então prosseguiu: “E aí, você vem com o material didático que tem que ser compatível com essas aulas que estão sendo elaboradas que possam aprofundar o conteúdo, de exercícios e dê capacidade de treinamento. A gente tem que fechar um ciclo. A aula digital que vai ser ministrada em todas as escolas, um material didático que tem que ser coerente com essa aula que será ministrada, a tarefa de casa eletrônica que vai ser uma forma de estar acompanhando se o aluno está estudando no horário extraclasse e a Prova Paulista”.
Outra decisão anunciada nesta semana pelo governo, segue inalterada: a de não aderir ao material didático e pedagógico do Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD), do Ministério da Educação, para os alunos do ensino fundamental e ensino médio da rede estadual a partir de 2024. No lugar, será usado material próprio. Educadores também criticaram a medida.
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