Viaduto e novas avenidas: entenda o projeto que promete desafogar o trânsito de César de Sousa, em Mogi das Cruzes


Atualmente, mais de 70 mil veículos passam apenas pela Avenida João XXIII e quem mora na região reclama da demora no trajeto bairro-centro. Segundo a Prefeitura, cenário deve melhorar com novo sistema viário, que também prevê alternativas para quem usa o transporte público. Trânsito intenso na Avenida João XXIII, em Mogi das Cruzes, é alvo de reclamação entre motoristas
Reprodução/ TV Diário
A Prefeitura de Mogi das Cruzes iniciou neste ano as obras de um sistema viário que promete desafogar o trânsito de César de Sousa. O projeto, que inclui a construção de viaduto e novas avenidas, surge em meio às reclamações sobre tráfego lento e intenso.
Atualmente o distrito soma 45 mil moradores, segundo estimativas da administração municipal. Todos os dias, mais de 70 mil veículos passam apenas pela Avenida João XXIII, que é uma das duas opções para quem faz o sentido bairro-centro.
Uma reportagem produzida pelo Diário TV mostrou a insatisfação de quem faz esse trajeto. Entre os relatos, um motorista afirmou que levava quase meia hora para seguir da via ao Centro. Outro disse que o percurso do bairro ao shopping poderia chegar à uma hora.
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Segundo o secretário de Urbanismo Claudio de Faria Rodrigues, a expectativa é de que o novo sistema viário solucione esses problemas, promovendo mais mobilidade e facilitando a circulação de veículos nessa região. O objetivo é atender à nova demanda do distrito.
“[Essa região] começou a ter infraestrutura de serviço e comércios muito mais independente do que antes. Você mora numa casa legal, num edifício local, mas na hora que sai de casa você não consegue sair pra trabalhar. O plano olha exatamente para isso”, afirma.
“César de Sousa cresceu muito ao longo dos últimos 20 anos. A gente tem hoje só duas rotas para ligar César à região central. Com essa análise, a gente desenvolveu uma visão para que a gente possa criar nessa região leste um desenvolvimento urbano e sustentável”.
Como é o trânsito agora e o que deve mudar
Atualmente, quem vai a César de Sousa tem apenas duas opções: a Avenida João XXIII, que pode ser acessada pela Avenida Vereador Narciso Yague Guimarães, e a Avenida Francisco Rodrigues Filho, também utilizada por quem chega de bairros como o Botujuru, por exemplo. Segundo o secretário, ambas sobrecarregam trechos específicos, como a Ricieri José Marcatto.
O sistema viário que começou a ser construído em 2023 deve oferecer quatro novas alternativas. A principal é o Corredor Nordeste, que contará com um viaduto e permitirá que os motoristas evitem a Ricieri. Também estão previstas as construções de três novas avenidas, sendo que uma delas também contará com trecho elevado (confira todos os detalhes abaixo).
Corredor Nordeste
Entenda o projeto: o novo corredor terá início na Avenida Francisco Rodrigues Filho, na altura da rotatória com a Pedro Romero, que será redimensionada; a partir deste ponto, um viaduto seguirá por 1,8 quilômetro até Avenida Dante Jordão Stoppa, próximo ao centro de compras do bairro, ficando paralelo à Avenida Ricieri José Marcatto. “Quando chega na João XXIII e entra na Jordão Dante Stoppa, a gente vai seguindo até aquela rotatória que existe em frente ao ‘mall’. Aquela rotatória vai deixar de existir”, explica Claudio. “Quando a gente chegar naquela rotatória à esquerda, é onde começa o viaduto”. Somada aos trechos que já existem e serão remodelados, a intervenção deve chegar a 3,3 quilômetros.
Objetivos: de acordo com o secretário, essa é a principal estrutura do sistema viário e, por isso, a primeira a sair do papel. “Deve criar uma nova alternativa, justamente, para a Ricieri Marcatto”, explica.
Prazo e investimento: a obra faz parte da primeira etapa, que começou neste ano e deve seguir até 2024, com 18 meses de duração; o valor investido é de aproximadamente R$ 98,1 milhões.
Avenidas Parque I, II e III
Entenda o projeto: as avenidas Parque I e II terão início na Waldemar Costa Filho e passarão pela rotatória da Pomba, próxima ao Parque Centenário. Desse ponto, a Avenida II seguirá com um viaduto sobre a linha férrea até chegar na João XXIII. Já a Avenida III será paralela à linha férrea, sentido César de Sousa, até chegar na Avenida Catarina Carrera Marcatto.
Objetivos: as avenidas prometem criar alternativas para motoristas que vêm do Botujuru, Vila Suíssa e até de Guararema, por exemplo. Serão cerca de 4 quilômetros de avenidas. “Dessas, já existe projeto executivo das avenidas Parque I e II. A expectativa é ter licitação até o final do ano. A Avenida Parque III é que está em licenciamento ambiental”, explica Cláudio.
Prazo e investimento: as avenidas I e II integram a etapa II, que começará em 2024 com término previsto para 2025; já a etapa III deve iniciar em 2025, seguindo até 2026. O valor ainda será definido, mas a estimativa é de que gire em torno de R$ 189 milhões.
Mapa mostra as principais mudanças que devem ocorrer no trânsito com as obras
Prefeitura de Mogi das Cruzes/Divulgação
Estação da CPTM em César de Sousa
Estação da CPTM de Mogi das Cruzes
Maiara Barbosa/G1
Além de levar novas alternativas para quem dirige, o sistema viário também busca soluções para quem depende do transporte público. Em entrevista à TV Diário no mês passado, o secretário de Mobilidade Urbana Caio Luz falou sobre a ampliação da Linha 11-Coral até César de Sousa. A ideia é levar os serviços da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) até o distrito.
A medida seria possível com o aproveitamento da linha férrea que já existe. Exatamente por isso, o projeto prevê a construção de viadutos, o que fará com que o tráfego flua sem ser interrompido pelo trecho ferroviário. “A CPTM falava duas coisas: que não tinha demanda, o que hoje não é mais verdade, e também essa questão do trânsito, que está sendo resolvida com as obras”, detalha Cláudio.
Ao g1, a CPTM confirmou que vai retomar os estudos para implantação de uma nova estação da Linha 11-Coral no distrito de César de Sousa, em Mogi das Cruzes. A princípio, o objetivo é verificar a viabilidade técnica e econômica da intervenção. Vale ressaltar, no entanto, que existem limitações na exploração da linha férrea nesse trecho (leia a reportagem e entenda).
Urbanismo e sustentabilidade
O sistema viário faz parte do Projeto Urbanístico Específico (PUE) da Área de Intervenção Urbana (AIU) da Região Leste, definido pela Lei Complementar 150, de 26 de dezembro de 2019. Segundo a Prefeitura, como é caracterizada pelo crescimento próximo ao Rio Tietê, a AIU exige investimentos em saneamento ambiental, mobilidade e implantação de diferentes serviços e equipamentos públicos, de maneira sustentável.
Cláudio destaca que além da construção de novas vias, as obras também preveem outras soluções de urbanismo, o que inclui ciclovias, parques e outros equipamentos. Juntos, devem garantir um desenvolvimento mais sustentável nessa região da cidade. Todos os detalhes podem ser conferidos no próprio projeto, disponibilizado na internet.
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