Moradores de Poá reclamam de rachaduras em casas causadas por força de bombas d’água de estação da Sabesp


Quem vive na Vila Perracine também relata perturbação pelo barulho dos equipamentos. A Defesa Civil disse que já foi ao local por diversas vezes e que as equipes não foram atendidas pelos moradores. Moradores de Poá reclamam de barulho da estação da Sabesp
A rotina não tem sido fácil para pessoas que moram na perto da estação da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), em Poá. Segundo os moradores, de madrugada a vibração e o barulho são tão altos que assustam. Nas casas da Vila Perracine, rachaduras comprovam o prejuízo para a saúde mental e financeira das famílias.
O som vem dos motores das bombas de água de uma estação da Sabesp, localizada na Rua Valdemar Aquilino de Freitas.
“O que a gente tem? As rachaduras. Aqui é uma bomba atômica, qualquer hora você vê que vai explodir. Só que eles não levam muito à razão, falam que não. Mas são tremores, você está deitada e a cama vibra. Você sente sentado. Então, são coisas que prejudicam a vizinhança toda, não só a mim, como todos”, explicou a professora Tatiane Aguiar.
Estação da Sabesp na Vila Perracine, em Poá, tem causado problemas aos moradores do bairro
TV Diário/Reprodução
Segundo os moradores do bairro, o problema é mais complicado. A aposentada Iara César, por exemplo, convive há 11 anos com a situação.
“Tem prejudicado muito financeiramente porque tem acontecido rachaduras grandes em casa. Já mandei consertar, já abriu novamente. Você acorda com o tremor da cama, com a janela batendo”, disse a aposentada.
Marcílio Machado também reclama do barulho e de rachaduras na estrutura da casa onde mora com a família. “Parece que a casa vai até cair, desabar. A gente mora numa área de barranco e o barulho é tão forte que a gente pensa que vai cair sobre a nossa cabeça a casa. E a gente reclama várias vezes com eles e nunca tem uma solução. Às vezes, no final de semana, a gente quer descansar, chega cansado em casa e o barulho é muito forte”, contou o vigilante.
Segundo moradores, rachaduras foram provocadas pela força das bombas d’água da estação da Sabesp
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Uma das situações mais críticas é na casa do confeiteiro Altair Donizete Macedo. “Toda rachada a casa, não chovia, agora chove. Está complicado”, disse.
O morador, que vive no local há cerca de 30 anos, aponta diversas rachaduras no imóvel. Por conta de uma delas, nem a porta ele consegue mais trancar.
“Você vê lá, o trinco não chega mais no buraco, que soltou. Mais de quase dois dedos de diferença da porta, longe. Não abriu muito. Meu medo é esse negócio dar, Deus me livre, dar um pipoco nisso aí. Quando liga a bomba, parece um avião. Faz um barulho muito forte. Acaba a força de toda a rede [elétrica] do bairro. Treme tudo, parece que é terremoto. Às vezes você chega a balançar, a cama treme. Você acorda, está dormindo, a cama treme e você acorda tremendo, assustado. ‘O que está acontecendo?’. Você já acorda assustado, todo mundo corre pra fora. Quando você vai ver a rua, está cheia de gente. Eles tinham que mandar um fiscal ver. A Defesa Civil falou que esse cômodo aqui ele está condenado. Eles viram ali a rachadura e falaram: ‘Aqui vocês não podem nem ficar muito tempo aqui, porque o negócio está feio’”, detalhou o confeiteiro.
Além da Defesa Civil, moradores dizem que a Sabesp tem conhecimento do problema, que a companhia até mandou uma equipe ao local, mas não houve solução.
“Quando eles vêm conversar conosco, fala que eles vão fazer um teste, aí eles ficam ‘mandou ligar a bomba um, manda ligar a bomba dois’. São quatro bombas ou cinco. Só que elas não ligam na velocidade que elas dão o problema pra gente. Então, pra eles, na hora eles não veem problema. Então, a impressão que dá é que nós estamos inventando. Mas como você está vendo aqui agora, a reclamação não é só minha, é de todos. A gente quer o quê? Que eles tomem uma atitude e que resolva o problema em definitivo”, disse Iara.
Na casa de Altair, as rachaduras impedem que uma das portas possa ser trancada
TV Diário/Reprodução
A Defesa Civil de Poá disse que já foi ao local por diversas vezes e que a equipe não foi atendida pelos moradores. Informou ainda que nesta semana fará novas visitas para que possa fazer a análise técnica do local.
Segundo a Sabesp, uma equipe fará a verificação no local nesta segunda-feira (12). A companhia também disse que está levantando registros nos canais de atendimento sobre o endereço e a região próxima e ainda esclareceu que o booster é um equipamento que atua como uma estação elevatória, encaminhando a água tratada até os reservatórios para abastecimento na região leste da região metropolitana de São Paulo.
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