Abaixo-assinado é contra fechamento de escola do Estado no período noturno

Um grupo de pais de alunos da Escola Estadual Oswaldo de Oliveira Lima, localizada no Jardim Revista, elaborou abaixo-assinado contra o fechamento da escola no período noturno.

 

A Secretaria de Educação do Estado informou que, atendendo a uma demanda da comunidade escolar, será ampliada a oferta de vagas no ensino diurno. Com isso, o ensino no horário da noite será encerrado em 2025 na unidade.

 

Pais, professores e alunos da escola realizam panfletagem no bairro para tentar reverter a decisão. Na segunda-feira (4), a partir das 10 horas, houve plantão em frente à escola, onde professores estiveram disponíveis para receber os pais e recolher declarações de interesse por matrículas no período noturno.

 

Segundo a Secretaria de Educação, a quantidade de alunos que trabalha e precisa do ensino noturno não é suficiente para manter uma sala de aula nesse turno. 

 

Para o próximo ano, a unidade contará com pelo menos cinco turmas de terceiro ano e cinco de segundo ano que devem ser mantidas no período matutino. Atualmente, o turno da noite atende alunos que trabalham durante o dia.

 

A pasta também informou, em nota, que a quantidade de alunos que trabalham e necessitam do ensino noturno não é suficiente para manter uma sala nesse horário. “Por isso, em 2025, os alunos serão transferidos para escolas próximas à unidade, a serem definidas após consulta com a direção, os alunos e seus responsáveis”.

 

Em uma publicação na rede social oficial da escola, professores e representantes da comunidade escolar divulgaram uma carta manifestando a insatisfação com o fechamento do período noturno. 

 

“Com base na resolução Seduc nº 55/2024, foi estabelecido que algumas escolas da região poderiam contar com o período noturno (EE Maria Elisa de Azevedo Cintra e EE David Jorge Curi), mas nossa escola foi excluída sem consulta ao corpo docente, aos estudantes e à comunidade, que depende do ensino noturno, especialmente para atender alunos trabalhadores.”

 

A preocupação gira em torno dos alunos que trabalham, muitos em regime informal, sem registro em carteira ou como jovens aprendizes, e que dependem do período noturno para estudar. A unidade destaca que a demanda existe não só para o terceiro ano, mas também para o segundo e primeiro anos do ensino médio. Além disso, a escola atende diversos alunos residentes nas proximidades do Jardim Revista, onde é uma referência.

 

A escola também destaca que, com o fechamento do período noturno, esses alunos terão que se deslocar para unidades mais distantes de suas casas. 

 

A Secretaria explica que todo estudante que necessitar tem vaga garantida na rede pública de ensino e será direcionado à escola mais próxima de sua residência onde haja vaga disponível para o ano ou série pretendido.

 

A exigência, segundo a Secretaria, é que, para frequentar as aulas no período noturno, o responsável deverá apresentar uma declaração emitida pelo empregador, algo que muitos alunos não conseguem devido ao trabalho informal. 

 

“Caso a escola que ofereça aulas noturnas esteja a mais de 2 km da residência, será disponibilizado transporte escolar.”

 

Na carta, professores e a comunidade escolar ressaltam que o fechamento do período noturno pode afetar cerca de 20 docentes, que perderão aula tendo que migrar para a manhã, o que impede acúmulo de cargo com o próprio estado ou município. 

 

“Essa decisão poderá desencadear um efeito dominó, resultando na perda de postos de trabalho para diversos profissionais da educação, agravando a situação de vulnerabilidade em nossa comunidade.”

 

O Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) de Suzano informou que há uma campanha no bairro contra o fechamento do período noturno. O sindicato reforça que é preciso manter as aulas neste horário devido aos alunos que trabalham.

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