Polícia investiga denúncia de maus-tratos em escola na Grande SP; vídeo mostra criança amarrada em cadeira


Mãe conta que recebeu denúncia em rede social e que notou mudança de comportamento do filho; ela registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil na quarta-feira (27). Criança é amarrada em cadeira em escola na Grande SP
A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (29) que investiga uma denúncia de maus-tratos em uma escola em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um aluno amarrado com um pano a uma cadeira (veja as imagens acima).
O vídeo é do final de outubro e o caso foi denunciado à polícia na quarta (27), um dia depois da mãe receber as imagens em uma rede social. A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que um inquérito foi instaurado e as partes envolvidas serão intimadas a prestar depoimento.
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Já o Colégio Criativa, onde a criança estudava, publicou um comunicado em uma rede social informando que demitiu a funcionária e que não compactua com atitudes que não estejam alinhadas aos valores éticos da instituição. (veja abaixo a nota na íntegra)
No boletim de ocorrência que a mãe da criança registrou na delegacia de Itaquaquecetuba na quarta-feira (27), ela conta que o filho de 4 anos começou a ter sonhos em que gritava “sai tia” e que o menino não queria mais ir para a escola. A mãe destaca que o menino tinha mudado de turma recentemente.
Ela afirma que marcou uma reunião com a coordenadora e relatou os sonhos e a mudança de comportamento do menino. Depois da reunião, a mãe disse que o filho parou de chorar e voltou a querer ir para a escola. Mas alguns meses depois, o menino voltou a chorar e não querer ir mais para a creche.
De acordo com o boletim, a mãe achou que o comportamento do filho seria resultado da rotina dela de trabalho e estudos. E disse que em 26 de novembro ela recebeu uma solicitação, em uma rede social, de um perfil desconhecido de uma pessoa que se passava por funcionário do colégio.
Segundo a mãe, esse desconhecido disse que o menino era amarrado em um cadeirão por uma funcionária da escola que gritava com ele e depois o deixava sozinho por um tempo. A mãe afirmou à polícia que tem o vídeo e que reconhece o filho nas imagens.
A mãe disse que pediu uma reunião na escola e questionou a diretora se teria acontecido alguma coisa com a criança. A diretora então teria relatado que a professora do menino teria comunicado que uma auxiliar a contou que uma funcionária teria deixado o menino no “cadeirão” (castigo).
Vídeo mostra criança amarrada em cadeira em escola em Itaquaquecetuba
Reprodução/rede social
A mãe informou ainda à polícia que a professora teria falado que quando as crianças ficam agitadas, como forma de corrigir, as levava para o berçário e colocava no “cadeirão”.
No boletim consta que a mãe, sem afirmar que tinha o vídeo, pediu para a escola a filmagem, e foi informada que não havia gravação e que, se quisesse, poderia acionar a Justiça. O boletim foi registrado como denúncia de maus-tratos.
O Colégio Criativa publicou uma nota nas redes sociais informando que tomou conhecimento da conduta inadequada de uma ex-funcionária e que ela foi desligada por justa causa. Na nota, o colégio destacou que não compactua com atitudes que não estejam alinhadas aos valores éticos e educacionais que norteiam a instituição.
Além da nota publicada pelo colégio, o advogado Decio Lencioni Machado, que foi contratado para atuar neste caso, também falou ao g1. Ele explica que, assim que aconteceu o fato, a escola começou uma apuração e logo demitiu a auxiliar de ensino.
“A funcionária trabalhava na escola há alguns anos e foi demitida por justa causa. A professora responsável pela turma também foi suspensa, porque ela teria que saber onde estava o aluno. Outra funcionária, que passou pelo local e não fez nada, não se interessou em saber o que estava acontecendo, também recebeu uma advertência”, afirma.
Mesmo com a apuração em andamento, o colégio não levou o caso aos familiares da criança. Por isso, o advogado reconhece que a instituição errou em não fazer isso o quanto antes.
“A própria instituição reconhece essa falta de celeridade, mas eles tentaram apurar o caso rapidamente para que não corresse o risco disso voltar a se repetir”, ressalta Machado.
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) informou que o caso está sob investigação por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Itaquaquecetuba. As partes envolvidas serão intimadas a prestar depoimento e a equipe da unidade realiza outras diligências visando o esclarecimento dos fatos.
O g1 tentou contato com a auxiliar de ensino suspeita de amarrar a criança na cadeira, mas não havia obtido retorno até a atualização mais recente desta reportagem.
Veja, abaixo, a nota da escola na íntegra:
“Prezados pais, responsáveis e comunidade escolar,
Nas últimas horas tomou-se conhecimento de uma notícia envolvendo uma conduta inadequada de uma ex-funcionária do nosso colégio. Gostaríamos de esclarecer que, assim que a direção foi informada sobre o ocorrido, adotamos imediatamente as medidas cabíveis e a funcionária foi desligada de suas funções por justa causa.
Ressaltamos que não compactuamos, em hipótese alguma, com atitudes que não estejam alinhadas aos valores éticos e educacionais que norteiam nossa instituição. Nosso compromisso é sempre com a segurança, o bem-estar e a formação de nossos alunos em um ambiente de respeito e integridade.
Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos e agradecemos pela confiança em nosso colégio.
Atenciosamente
Colégio Criativa”
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