Alto Tietê possui quase 40% da população inscrita no CadÚnico


Número de moradores da região inscritos no programa cresceu 28,5% em cinco anos. A assistente social Talita Mendes acredita que o aumento de inscritos no CadÚnico se deve às atualizações de critérios do próprio programa. Itaquaquecetuba é a cidade da região com o segundo maior número de inscritos no CadÚnico
TV Diário/Reprodução
O Alto Tietê possui 39,3% da população inscrita no Cadastro Único (CadÚnico), segundo dados do Consulta, Seleção e Extração de Informações do CadÚnico (Cecad), ferramenta do Governo Federal. Em maio deste ano, a região contabilizava 639.112 pessoas cadastradas no serviço.
O CadÚnico é um serviço do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome utilizado para obter informações sobre famílias de baixa renda e também é um requisito para diversos programas sociais, como Bolsa Família, ID Jovem e Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE).
Os dados do CadÚnico indicam que:
336.182 pessoas estão em situação de extrema pobreza;
76.628 pessoas estão em situação de pobreza;
138.215 pessoas estão em situação de baixa renda;
88.087 pessoas recebem acima de meio salário mínimo.
O levantamento ainda indica que 64,5% da população do Alto Tietê atualmente inscrita no CadÚnico está em situação de extrema pobreza ou pobreza. A cidade com o maior número de cadastrados no serviço do Governo Federal é Mogi das Cruzes, com 151.982 inscritos, seguido de Itaquaquecetuba, com 137.363, e Suzano, com 131.454.
Além disso, o número de moradores do Alto Tietê inscritos no CadÚnico cresceu 28,5% em cinco anos, segundo dados do Cecad. Em maio de 2019, a região contava com 497.052 inscritos, enquanto no mesmo período deste ano este número saltou para 639.112.
A cidade que registrou o maior aumento percentual de inscritos no serviço do Governo Federal foi Santa Isabel, com alta 49,09% (passou de 12.749 em maio de 2019 para 19.007 em maio deste ano).
Ampliação do CadÚnico
Para a assistente social Talita Mendes, moradora de Poá e que atualmente desenvolve trabalhos junto à população de rua na capital paulista, a remodelagem do CadÚnico foi importante para a abrangência de mais pessoas.
“O aumento do Cadastro Único é também devido às novas atualizações de condicionalidades. Inclusive a inclusão de novos grupos. A renda per capita aumentou e isso faz a inclusão de novos grupos, saindo totalmente do zero em renda. Em 2023, surgiram também outros benefícios sociais. A lista chega a quase 25 em alguns lugares, onde o CadÚnico é a porta de entrada”.
Para ela, a questão social após o momento mais crítico da pandemia de Covid-19 no Brasil também contribui para a compreensão deste número elevado de inscritos no programa na região.
“Mudou o perfil da vulnerabilidade no Brasil. Hoje temos pessoas com carro quitado morando em ocupação irregular. Temos famílias inteiras na rua. Homens que eram assalariados estando em situação de albergue”, disse.
“Extrema pobreza é zero renda. Os benefícios sociais não entram nesta renda. E nem o LOAS [Lei Orgânica de Assistência Social], que é o benefício para idosos e deficientes em situação de vulnerável ou com algum tipo de deficiência. Antigamente, entrava na renda per capita, agora não entra mais. Tem municípios com 25 benefícios e outros não chegam a nem 20, que é o que o Ministério possui. Isso é muito preocupante”, finalizou a assistente social.
Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê

Adicionar aos favoritos o Link permanente.