Somente narrativa

“A narrativa doida serve para pavimentar um caminho sobre fatos que não são realidade”

Uma coisa é a realidade e outra a fantasia que alguns políticos tentam colar na sociedade para dar um lastro às suas especulações e maluquices, para com isso buscar dividendos políticos e garantir vantagens ou, ainda, blindar malfeitos.

A política não é feita de santos, mas alguns a tem como um altar de veneração.

Essa semana o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou que se licenciaria de seu mandato para buscar apoio, fora do Brasil – leia-se junto ao Presidente Donald Trump – para o que ele entende serem abusos e perseguição do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, contra sua família, e contra o Brasil.

O STF é alvo de críticas e de fato há uma superexposição na mídia dos magistrados, causando estranheza a performance com que certos processos caminham na Corte.

Mas, alto lá, existe no sistema legal brasileiro meios para passar isso a limpo, basta o Congresso Nacional bancar a luta a respeito do modo como a condução de processos no Supremo – nesta leitura – tem desafiado as regras do devido processo legal, contudo, partir para o exterior para atacar o Brasil, e por tabela a população que lhe deu mandato, faz do Deputado Eduardo Bolsonaro um político contraditório.
Seu irmão, senador da República está por aqui e continua a exercer seu mandato, ele próprio não é denunciado por nada, então, que faça a busca pela “justiça” que entende necessária, mas aqui, no Brasil, como representante do povo que é.

Estamos numa ditadura? Acredita-se nisso? Depois de um ato político no último final de semana envolvendo o ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL) – seu pai – e seus parceiros em plena Copacabana-RJ, é sério que estamos em uma ditadura?

É certo dizer isso fora do País para políticos sabujos que idolatram Trump para vender uma ideia que não é a realidade, aproveitando-se da ignorância deles quanto ao nosso sistema político e judiciário?

Veja, todo o direito ao Deputado para lutar pelo seu ideal ou pela justiça que entende ser-lhe devida, mas montar um cenário irreal do Brasil é demais.

Ele e seus irmãos têm mandato outorgado nas urnas e em pleno exercício. Se o problema é o Ministro do STF, que se use os meios legais e apresente as denúncias pertinentes, mas manchar o nome do Brasil lá fora em uma falsa imputação de ditadura, é demais. É somente narrativa.

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