Linhas 11, 12 e 13 de trens: saiba como o transporte no Alto Tietê vai mudar com a concessão

As linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade de trens passarão por expansão e melhoria do serviço. Os projetos fazem parte do Lote Alto Tietê, que definiu a Comporte Participações S.A. como a concessionária responsável pelo projeto por meio de leilão no dia 28 de março. Com isso, os passageiros das linhas 11, 12 e 13 de trens terão dez novas estações, viagens mais rápidas e estações mais modernas. Ao todo, o investimento será de R$ 14,3 bilhões.

A modernização das linhas 11, 12 e 13 beneficiará diretamente a zona leste de São Paulo, além de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes. Conheça o que muda com o Lote Alto Tietê.

Linha 11-Coral

A Linha 11-Coral da CPTM vai atualmente das estações Luz à Estudantes. Com o projeto do Lote Alto Tietê, ela chegará até a estação César de Sousa com a ampliação da linha em 4 quilômetros. Além disso, o serviço da Linha 11 também será ampliado até a Barra Funda. O intervalo dos trens entre Palmeiras-Barra Funda e Suzano diminuirá para 3 minutos. Entre Suzano e César de Sousa, o intervalo será de 6 minutos.

Ao todo, serão quatro novas estações no trajeto da Linha 11-Coral. A concessionária reformará 14 estações e reconstruirá outras 3. Desta forma, o projeto de concessão do Lote Alto Tietê atende a demandas antigas da Linha 11: extensão até a estação de César de Sousa, reforma para melhor acessibilidade das estações Mogi das Cruzes, Estudantes, Jundiapeba e Brás Cubas, conexão entre a estação Mogi das Cruzes e o Terminal de Ônibus Central e alívio da lotação da estação Guaianases em horário de pico.

A concessão do Lote Alto Tietê ataca um dos principais problemas da zona leste de São Paulo e arredores, que é o do déficit de transporte. Nesse sentido, a expansão da Linha 11-Coral vai reduzir a lotação na estação Guaianases. Isso porque a construção da estação Lajeado, entre Guaianases e Antônio Gianetti Neto, redistribuirá o fluxo de passageiros na região. Outra intervenção do projeto é a eliminação de passagens em nível, que serão substituídas por passarelas, viadutos ou passagens subterrâneas.

Linha 12-Safira

Passageiros da Linha 12-Safira conseguirão chegar a Suzano com a concessão do Lote Alto Tietê. A linha, que atualmente vai do Brás até Calmon Viana, se estenderá até a estação Suzano, ligando a Linha 12 à Linha 11. Além disso, o percurso já existente da Safira terá duas novas estações: Gabriela Mistral (que faz integração com a Linha 2-Verde e 13-Jade) e Cangaíba (que faz integração com a Linha 13-Jade). Ao todo, serão 2,7 quilômetros de extensão.

Os projetos na Linha 12-Safira também vão reduzir o tempo de espera dos passageiros nas estações. O intervalo entre as estações do Brás e de Itaquaquecetuba diminuirá de 5 minutos para 3 minutos. Entre Itaquaquecetuba e Suzano, o tempo de espera cairá de 10 minutos para 6 minutos. Estas são as principais melhorias pelas quais a Linha 12-Safira passará: reconstrução da estação Itaquaquecetuba, opção para a população de Cangaíba, atualmente distante da Engenheiro Goulart, acessar o trem metropolitano, acesso facilitado e mais rápido da zona leste ao centro da cidade de São PauloO que é a concessão do Lote Alto Tietê.

O Governo de São Paulo concederá o Lote Alto Tietê à iniciativa privada sob o modelo de Parceria Público-Privada (PPP), na modalidade de concessão patrocinada. Ou seja, uma empresa ou consórcio privado assume a operação, manutenção e modernização das Linhas 11, 12 e 13 por um período de 31 anos. A concessão das linhas faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP).

Como funciona a concessão
O Governo de São Paulo estrutura a concessão em várias etapas para garantir transparência e viabilidade técnica. Primeiramente, foi realizada uma análise de viabilidade econômica e operacional, conduzida pela International Finance Corporation (IFC), ligada ao Banco Mundial. Os estudos incluíram a modelagem financeira, projeções de demanda, análise de riscos e impactos socioambientais.

Após essa fase, o projeto foi submetido a uma consulta pública. Por meio dela, especialistas, empresas do setor e a população puderam sugerir ajustes e esclarecer dúvidas sobre o projeto. Em seguida, foram realizadas audiências públicas em São Paulo, Guarulhos e Mogi das Cruzes, nas quais cerca de 1,2 mil contribuições foram registradas, resultando em 68% de ajustes no projeto original. Com o projeto refinado, foi aberta uma concorrência internacional, na qual empresas e consórcios privados puderam apresentar propostas. 

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