Alta no preço dos insumos da piscicultura diminui produção de Associação de Pescadores de Santa Isabel

Custo alto reflete em queda significativa da produção. Pescadores vivem situação deplorável com aumento no preço da ração e do milheiro de peixe
Com as chuvas do verão, a Represa do Jaguari, em Santa Isabel, está cheia, ideal para criação de peixes em cativeiro. Só que os pescadores não estão conseguindo aproveitar a boa fase. O motivo é que está muito caro bancar a engorda das tilápias.
Jair Simão Ferreira é piscicultor e presidente da Associação de Pescadores Amadores da cidade e conta que, desde a pandemia, o custo para manter o cultivo dos peixes está muito alto e isso reflete em uma queda significativa da produção.
“Os insumos da piscicultura praticamente quase triplicaram o preço. O peixe, o valor do peixe, não chegou a dobrar. Então o negócio complicou. A gente produzia 10 toneladas de peixe antes da pandemia. Hoje a se a gente conseguir produzir 4 toneladas com o mesmo valor que a gente tinha antes da pandemia. É muito.”
Ferreira aponta que, na fase inicial, os peixes consomem pelo menos 50 quilos de ração por dia e no fim do ciclo chegam a consumir mais de 250 quilos. Isso gera um custo de mais R$ 3,6 mil. Nessa conta entram também gastos com remédios e gasolina para o transporte.
Na associação estavam 11 famílias, mas com as despesas muitas desistiram e restaram apenas duas. E o futuro acaba sendo incerto. “A gente está tentando buscar parcerias de pessoas que queiram dar um impulso para a gente aqui na piscicultura e também buscar linha de crédito com o governo…a gente quer ver esse negócio crescer e não parar.”
Além disso, para poder utilizar a represa, é necessária uma licença da Cetesb que vem sendo motivo de preocupação.
“A gente levou sete anos e pouquinho para conseguir o licenciamento com a Cetesb. A Cetesb nos deu a licença e chegou a hora da gente fazer a renovação. Então, nosso prazo era 120 dias antes do vencimento. A nossa licença vencia em dezembro. A gente deu entrada no pedido de renovação da licença em agosto de 2021. E de agosto até agora a Cetesb não respondeu para gente um A sobre a renovação da licença. Só que ela está alegando da seguinte forma: que não quer renovar a licença porque nós estamos em área de classe I. Então é outra dor de cabeça que a gente está passando e vai tentar resolver da melhor maneira possível isso daí”, afirma Ferreira.
A Cetesb informou que o pedido de licença está em análise e não deu um prazo para o resultado sair.
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