Animais resgatados em tragédia do RS chegam a Mogi para adoção

A ferida aberta pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul ainda não foi curada. Segundo a atualização da Defesa Civil do Estado, 579.457 estão desalojadas, enquanto 37.154 pessoas estão em abrigos. Além das famílias que ainda sofrem com as consequências das enchentes, muitos animais estão recebendo os cuidados dos voluntários e da população. Este é o caso de duas fêmeas (ainda sem nome), trazidas por Jéssica Barcelos (31) em uma van que saiu do Rio Grande do Sul com destino a Mogi das Cruzes, em busca de um novo lar.

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Jéssica vive em Mogi das Cruzes há apenas 3 anos e de longe acompanhou o início da tragédia que assombrou o Estado, incluindo a cidade de São Leopoldo, onde passou grande parte da infância, tem amigos e familiares. São Leopoldo é uma cidade com mais de 238 mil habitantes e foi um dos 476 municípios afetados pelas enchentes, tendo cerca 180 mil pessoas desalojadas.

Vendo a situação da cidade natal, Jéssica foi uma das pessoas que partiu em direção ao Rio Grande do Sul para ajudar de alguma forma as vítimas deixadas pelas águas. Em São Leopoldo, encontrou um supermercado que estava sendo utilizado como abrigo temporário para animais resgatados. Foi lá que ela encontrou as duas cadelinhas trazidas para Mogi.

“Eu comecei a trabalhar no abrigo de lá na segunda-feira passada (27). Eu fiz contribuições e ajudei na parte de alimentação dos animais, dando ração e água. Já no segundo ou terceiro dia, comecei a perceber que o mais efetivo seria tirar os animais desse espaço o quanto antes porque era inviável a gente ter alguma operação que garantisse um bem-estar para os animais. Já que eles ficavam o dia inteiro preso em uma corrente”, disse.

Cerca de 2 mil animais seguem no abrigo temporário feito pelos voluntários | Ana Tomiello

Com a falta de opção e o elevado número de pets resgatados, o “abrigo adaptado” citado por Jéssica era um galpão de supermercado, que recebeu cerca de dois mil animais resgatados. No local, os animais estão sendo tratados com água, ração e medicação. Entretanto, por conta da quantidade de animais acolhidos, a solução foi ceder um espaço menor para cada um deles.

Por conta disso, Jéssica passou a procurar meios de realocar parte dos animais em outros estados. Com a ajuda de uma outra voluntária, Débora Grillo, de Piracicaba. Ao todo, vinte vagas foram cedidas para pets em uma van com destino a São Paulo, com saída no sábado (1) e chegada no domingo (2).

Número de voluntários varia por dia, afirma Jéssica | Ana Tomiello

Jéssica criou então uma pasta com a foto dos animais que seriam transportados na van. Por meio das redes sociais, ela divulgou que estava em busca de 20 lares temporários pelo Estado de São Paulo. Com o apoio das pessoas e compartilhamentos, os animais foram escolhidos via internet. “Na quinta-feira (30), recebemos o aviso de que alguns animais demonstravam sintomas de cinomose. Por isso, o cenário mudou um pouco. A dona da van me informou que não misturaria os animais de dois abrigos por conta da possível contaminação, então eu perdi as vagas de transporte que eu tinha para trazer os animais para Mogi das Cruzes”.

No sábado (1), sem pretensão, retornou ao abrigo e se deparou com uma van com destino a São Paulo. “Eu contei a minha história para eles e perguntei se tinham vagas, eles disseram que iriam perguntar para a pessoa que estava custeando a viagem. Ela concordou e eu consegui trazer dois dos oito cachorros que viriam para Mogi e um gato para São Paulo”, comemora.

Já em Mogi das Cruzes, Jéssica recebeu o apoio da ONG Grupo Fera, que disponibilizou um lar temporário para as cadelas, que buscam recomeçar em um novo lar. Ela reforça a importância dos lares temporários neste momento e ressalta que é necessário enviar mais transportes para o resgate dos animais que seguem vivendo as consequências da tragédia.

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