A síndrome do Túnel do Carpo é uma doença causada pela especificidade do nervo mediano que passa pelo punho e palma da mão. Essa doença idiopática, o que significa que sua causa exata não é conhecida, causa diversos sintomas, entre eles a dor, a dormência, o formigamento e a sensação de queimação nos dedos. Embora existam fatores de risco associados ao seu surgimento, não há uma causa única e específica que possa ser atribuída a todos os casos.
Acredita-se que a síndrome do túnel do carpo ocorra devido a uma combinação de fatores, incluindo a anatomia do punho, a presença de inflamação e o aumento da pressão sobre o nervo mediano. No entanto, a causa exata permanece desconhecida.
É importante ressaltar que, mesmo sendo uma doença idiopática, a síndrome do túnel do carpo pode ser tratada e gerenciada com sucesso. O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e as medidas preventivas podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Prevalência
- A síndrome do túnel do carpo é uma das neuropatias periféricas mais comuns, afetando principalmente mulheres entre 40 e 60 anos de idade.
- Estima-se que a prevalência da síndrome do túnel do carpo varie de 2% a 6% na população geral, mas pode ser maior em determinados grupos, como trabalhadores que realizam movimentos repetitivos com as mãos.
- Em indivíduos mais jovens, incluindo a população abaixo dos 40 anos. Embora a prevalência seja menor nesse grupo, existem alguns fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de desenvolver a síndrome do túnel do carpo em uma idade mais jovem.
Fatores de risco, não causas diretas
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da síndrome do túnel do carpo incluem idade avançada, sexo feminino, predisposição genética, obesidade, diabetes, hipotireoidismo, artrite reumatoide, atividades que envolvem movimentos repetitivos das mãos e pós-traumática.
Tratamento conservador
Inicialmente, podem ser adotadas medidas conservadoras, como repouso da mão afetada, uso de splints ou órteses para imobilização, aplicação de compressas frias ou quentes e fisioterapia. Terapias alternativas, como acupuntura e terapia a laser, também têm sido investigadas como opções de tratamento para a síndrome do túnel do carpo, embora ainda haja controvérsias sobre sua eficácia.
Em casos mais graves ou quando as medidas conservadoras não são eficazes, pode-se considerar, com o objetivo de amenizar os sintomas, o uso de medicamentos para alívio da dor e inflamação, como anti-inflamatórios não esteroides e corticosteroides, administrados por via oral ou injetados no local afetado.
Tratamento cirúrgico
Se os sintomas persistirem ou se houver uma deterioração significativa da função da mão, com perda de musculatura que fica abaixo do polegar, chamada região tenar; a cirurgia pode ser uma opção.
Tipos de cirurgia:
- Liberação do túnel do carpo com a abertura do ligamento transverso, ligamento responsável pela compressão do nervo. Ele é cortado para aliviar a pressão sobre o nervo, podendo ser realizada de forma aberta, com uma incisão na palma da mão, ou de forma endoscópica, com incisões menores e uso de um tubo com uma câmera para guiar o procedimento.
- Descompressão do nervo: Em casos mais graves, em que há compressão significativa do nervo mediano, pode ser necessária uma descompressão mais extensa. Nesse procedimento, além de liberar o túnel do carpo é necessária a descompressão em outros pontos de compressão do nervo mediano, como Pronador redondo, segundo local mais comum;Arcada de Froshe; Ligamento de Struthers; e Lacertus fibrosus
Pós operatório
- Curativo: será aplicado no local da incisão para proteger a área e controlar o sangramento. É importante manter o curativo limpo e seco até a consulta de pós operatório.
- Analgésicos e anti-inflamatórios: para ajudar a controlar a dor após a cirurgia.
- Fisioterapia: normalmente após 7 dias de pós-operatório pode ser iniciada. A fisioterapia pode ajudar a restaurar a força e a flexibilidade do punho e da mão, além de melhorar a função do nervo mediano.
- Retorno a atividade laborativa/ retorno ao trabalho: O tempo de recuperação pode variar, trabalhos administrativos tem um retorno mais imediato, como 03-04 dias pós operatório desde que a empresa permita o uso constante de curativo. Já os trabalhadores braçais o retorno dificilmente ocorrerá antes dos 30 dias pós operatório.
Gestação
Durante a gestação, algumas mulheres podem apresentar um maior risco de desenvolver essa síndrome devido a alterações hormonais, retenção de líquidos e ganho de peso.
Durante a gravidez, o aumento dos níveis hormonais, como o estrogênio e a relaxina, pode levar a um aumento na retenção de líquidos e inchaço nas mãos e punhos. Isso pode aumentar a pressão sobre o nervo mediano, contribuindo para o surgimento ou agravamento dos sintomas da síndrome do túnel do carpo.
O tratamento da síndrome do túnel do carpo durante a gestação geralmente envolve abordagens conservadoras, como:
1. Uso de splints ou tala de punho: Utilizar uma tala de punho durante a noite ou quando as mãos estão sendo mais utilizadas pode ajudar a manter o punho em uma posição neutra e aliviar a pressão sobre o nervo mediano.
2. Modificações nas atividades diárias: Evitar atividades que exijam movimentos repetitivos ou que causem estresse no punho pode reduzir os sintomas. Isso pode incluir modificar a forma como se segura objetos ou realizar pausas frequentes durante atividades que exijam movimentos repetitivos.
3. Fisioterapia ou terapia ocupacional: pode ensinar exercícios específicos para fortalecer os músculos do punho e alongar os tendões, ajudando a aliviar os sintomas.
4. Medidas para reduzir o inchaço: Elevar as mãos acima do nível do coração, realizar exercícios suaves de flexão e extensão dos dedos e aplicar compressas frias podem ajudar a reduzir o inchaço e aliviar os sintomas.
Pós-puerpério
No pós-puerperio a síndrome do túnel do carpo pode ser mais comum devido às alterações hormonais e ao inchaço que ocorrem durante a gestação e o parto. Geralmente, o tratamento inicial da síndrome do túnel do carpo é conservador e envolve medidas como repouso, uso de splint de punho, fisioterapia e medicamentos para aliviar a dor e a inflamação.
No entanto, em alguns casos mais graves ou que não respondem ao tratamento conservador, a cirurgia pode ser indicada. Normalmente, após o 9º mês de vida do bebê, idade em que o mesmo está mais independente, indo mais ao chão e saindo do colo e quando a ação hormonal gestacional e pos gestacional estão mais estabilizadas.
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