Pódio e classificação; veja como foi o domingo dos brasileiros nos Jogos em Paris

Um mogiano no pódio, uma pimentinha às lágrimas, uma fada fazendo história. Um quarteto fantástico na ginástica e um fenômeno brasileiro em cinco finais. Este foi o saldo do domingo olímpico. Um 28 de julho para comemorar em Paris.

Neste segundo dia oficial de competições nos Jogos Olímpicos de Paris, o Brasil subiu três vezes ao pódio, duas no judô e uma no skate, e ainda viu uma medalha inédita na canoagem slalom mais perto do que nunca. Além de acenos promissores na ginástica artística, vôlei de praia, boxe, tênis de mesa e tênis.

A parte negativa veio do campo e das quadras. O futebol feminino sofreu uma virada nos acréscimos contra o Japão, e o handebol caiu diante da diferença mínima para a Hungria.

No final, o Brasil fechou o domingo na 14ª posição no quadro de medalhas, com uma prata e dois bronzes. A liderança está com o Japão, impulsionado por skate e judô, que soma quatro ouros, duas pratas e um bronze. Na sequência aparecem Austrália (quatro ouros e duas pratas) e Estados Unidos (três ouros, seis pratas e três bronzes).

Resumo por modalidade

  • MOGIANO NO PÓDIO – A primeira medalha do Brasil em Paris 2024 foi do judô e de Willian Lima. O paulista de 24 anos, natural de Mogi das Cruzes, carimbou a prata do meio-leve masculino (66kg) após só parar no japonês Hifumi Abe na grande decisão. “Acho que essa é uma daquelas coisas que você batalha a vida toda para conquistar. Não tenho palavras para explicar, estou feliz, mas ao mesmo tempo fica um traço de tristeza pela prata”, afirmou o atleta. Após receber a premiação, Willian logo correu para colocá-la no pescoço do pequeno Dom, de 10 meses. O pódio do atleta simbolizou a primeira final masculina com um brasileiro desde Sydney, em 2000, quando Tiato Camilo e Carlos Honorato também foram prata
William Lima é de Mogi | Wander Roberto/COB
William Lima é de Mogi | Wander Roberto/COB
  • BRONZE DE LARISSA – Poucos minutos depois, mais um pódio nos tatames. Larissa Pimenta venceu a campeã mundial Odette Giuffrida, da Itália, na disputa de bronze do 52kg, para carimbar a segunda medalha do Brasil na competição. “Foi um dia muito especial. Desde a primeira luta já sentia que estava diferente. Não entendia como, nem por que, mas me sentia assim. Durante a preparação, minha melhor estratégia foi viver um dia de cada vez e, desde a primeira luta, não pensava em nada e só dizia para mim mesma que merecia. Consegui. Ainda não acredito, mas consegui”, disse Larissa.
  • RAYSSA DE BRONZE – Rayssa Leal fez história no skate street e conquistou o bronze nos Jogos de Paris. Mas na fase de classificação e na final, a brasileira não conseguiu encaixar as voltas de 45 segundos. Com isso, ficou refém do repertório de manobras únicas que sabe executar para compensar a pontuação aquém do que ela gostaria nas voltas. Na fase de classificação, uma nota 92.68, a maior da história da modalidade nos Jogos Olímpicos, ajudou ela a avançar à final em sétimo. Na decisão, bateu o próprio recorde ao encaixar uma manobra com pontuação 92.88. Foi suficiente para garantir o bronze. O ouro e a prata foram do Japão.
Rayssa e suas manobras | Gaspar Nóbrega/COB
Rayssa e suas manobras | Gaspar Nóbrega/COB

  • FALTOU POUCO – Apontada como um dos maiores talentos da história da canoagem slalom do país, Ana Sátila nunca esteve tão perto de um pódio olímpico quando neste domingo. A brasileira terminou a prova do caiaque individual (K1) na quarta posição, um degrau abaixo da zona de pódio. É o melhor resultado de uma mulher na história da modalidade. Antes, Sátila já havia feito história ao ser a primeira canoísta a fazer uma final olímpica, na canoa individual (C1), em Tóquio (2021). Estava sonhando com a medalha. É muito difícil terminar na quarta colocação, talvez o momento mais difícil da minha carreira. Consegui aproveitar muito, estava alegre e positiva na semifinal e na final, me sentindo bem na água. Os treinamentos aqui, no inverno, foram duros. Então, estou feliz por ter conseguido dar o melhor, mas triste por ter chegado tão perto”, analisou Ana.
  • TÊNIS DE MESA – Os dois mesa-tenistas mais bem ranqueados do Brasil estrearam com vitória na chave de simples nos Jogos Olímpicos. Tanto Hugo Calderano, número 6 do mundo e cabeça de chave número 4, quanto Bruna Takahashi, número 20 do mundo no feminino, superaram os adversários por 4 sets a 0.
  • NO RINGUE – Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, Keno Marley estreou em Paris 2024 com vitória e classificação para as quartas de final da competição. O brasileiro derrotou o britânico Patrick James Brown na categoria até 92kg por pontos (4-1). O brasileiro retorna ao ringue na quinta-feira para encarar o uzbeque Lazizbek Mullojonov por uma vaga na semifinal.
  • VÔLEI DE PRAIA 100% – As três duplas que entraram na quadra de areia montada na frente do maior cartão portal francês neste 28 de julho superaram o nervosismo da primeira rodada, venceram e deram sinais de que podem voltar ao pódio olímpico após a ausência da modalidade entre os medalhistas em Tóquio. Com a vitória de André e George no sábado, o vôlei de praia brasileiro está invicto em Paris. Ana Patrícia e Duda, líderes do ranking mundial, venceram a dupla Doaa Elghobashy e Marwa Abdelhady, do Egito, por 2 sets a 0 (21 a 14 e 21 a 19). Evandro e Arthur derrotaram a dupla austríaca Horl e Horst por 2 sets a a 0, com parciais de 21 x 18 e 21 x 19. Mais cedo, ainda pela manhã, a dupla formada por Carol Solberg e Bárbara Seixas também estreou com vitória. Elas derrotaram as japonesas Akiko Hasegawa e Miki Ishii por 2 a 0, com parciais de 21 a 12 e 21 a 19.
  • BRILHO DE REBECA E DA EQUIPE – A seleção feminina de ginástica artística começou muito bem a participação nos Jogos de Paris. Nas classificatórias deste domingo, as atletas garantiram vaga em sete finais. O grande destaque foi Rebeca Andrade, que se classificou individualmente em quatro das cinco provas que disputou: salto, trave, solo e individual geral. Neste último, foi a segunda colocada, atrás apenas de Simone Biles. Flávia Saraiva obteve a vaga no individual geral, enquanto Julia Soares foi para a final na trave. Além delas, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira ajudaram a garantir lugar também na decisão por equipes. Com o total de 166.499, o Brasil passou na quarta posição. As provas da ginástica feminina voltam na terça-feira, 30 de julho, com a final por equipes.
Equipe brasileira feminina brilhou na ginástica | Miriam Jeske/COB
Equipe brasileira feminina brilhou na ginástica | Miriam Jeske/COB

  • VIRADA AMARGA NO FUTEBOL – Em partida decidida nos acréscimos do segundo tempo, a seleção feminina de futebol conheceu a primeira derrota nestes Jogos Olímpicos. Jogando no emblemático Parc des Princes, o Brasil perdeu de virada para o Japão por 2 x 1, em partida válida pelo grupo C. O gol brasileiro foi marcado por Jheniffer, enquanto as japonesas marcaram com Kumagai, de pênalti, e Tanikawa, nos minutos finais, numa falha da defesa brasileira. A partida marcou o jogo de número 200 da atacante Marta com a camisa da seleção brasileira. Agora, a seleção se prepara para enfrentar a Espanha, na próxima quarta-feira a partir das 12h (de Brasília).
  • POR UM GOL NO HANDEBOL – Em partida emocionante, decidida na última bola, a seleção feminina de handebol conheceu a primeira derrota em Paris. A equipe foi superada pela Hungria por 25 x 24, em jogo válido pelo grupo B. As leoas, como são conhecidas as brasileiras, dominaram praticamente todo o jogo, mas acabaram tomando a virada no último lance. Agora, o Brasil se prepara para o próximo compromisso, contra a França, na terça-feira (30), a partir das 14h (de Brasília).
  • RESTA BIA NO TÊNIS – Bia Haddad será a única representante do Brasil na segunda rodada de simples do tênis. A número 22 do mundo superou a pressão da torcida e derrotou a francesa Varvara Gracheva, número 68 do mundo, por 2 sets a 1, parciais de 6/4, 4/6 e 6/0. “Estou feliz com minha atitude, com a forma como lidei mentalmente. Gostaria de ter feito melhor no segundo set, mas faz parte, o tênis é assim. E espero amanhã poder melhorar isso”, declarou Bia, que encara na segunda rodada a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova. Bia foi a única dos quatro inscritos do Brasil a avançar. Primeiro a entrar em quadra, Thiago Wild acabou eliminado por Tomas Martin Etcheverry por 2 a 0, com 7/6(7) e 6/2. Thiago Monteiro também enfrentou um tenista melhor ranqueado. Diante de outro argentino, Sebastian Baez, número 18 do ranking da ATP, se despediu da chave em dois sets, com parciais de 6/4 e 6/3. Os dois Thiagos terão nova chance nas duplas. Laura Pigossi, medalhista de bronze nas duplas no feminino em Tóquio 2020, se despediu dos Jogos. A brasileira se impôs no primeiro set diante da ucraniana Dayana Yastremska, número 26 do mundo. Na sequência, porém, a adversária dominou as ações e virou: 4/6, 7/5 e 6/0.
Bia Haddad avançou para a segunda rodada do torneio de simples no tênis | Gaspar Nóbrega/COB
Bia Haddad avançou para a segunda rodada do torneio de simples no tênis | Gaspar Nóbrega/COB

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