A Polícia Civil realizou uma ação contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), na manhã desta terça-feira (6). A ação foi conduzida pela Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes. Foram cumpridos mandados de prisão temporária e de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários. Foram presas 13 pessoas. Foi detectado ainda o interesse do bandidos pela política mogiana (leia mais abaixo).
Além das buscas e apreensões, a polícia identificou uma movimentação bancária na ordem de R$ 8.150.476.668,00 (oito bilhões, cento e cinquenta milhões, quatrocentos e setenta e seis mil, seiscentos e sessenta e oito reais) nas contas dos investigados. Foram pedidos o bloqueio dessas contas.
A investigação partiu da prisão de uma mulher suspeita de ser a responsável pela guarda de cerca de 30 quilos de drogas (maconha e cocaína) em Itaquaquecetuba. Durante as investigações, a Polícia descobriu que a suspeita é mulher de um integrante de alta graduação do PCC, ligado aos principais líderes da organização.
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Papel da mulher na organização
Na investigação, a Polícia identificou que a suspeita presa em Itaquaquecetuba era o elo central de uma complexa rede de informações do Primeiro Comando da Capital. O papel dela era servir de meio de comunicação entre os integrantes do PCC que estão presos, com aqueles que estão nas ruas, transmitindo as ordens dos líderes que estão na cadeia.
A mulher servia também de meio de comunicação entre indivíduos que estão presos em estabelecimentos penais distintos, recebendo cartas enviadas por uns e remetendo em seguida para outros — e vice-versa, fazendo, com isso, que a comunicação entre os integrantes não fosse interrompida.
Resultado da operação
O delegado Fabricio Intelizano, responsável pelas investigações, afirma que foram cumpridos 20 mandados de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital.
Segundo o delegado, há indicativos colhidos durante a investigação de que as pessoas alvos das buscas são integrantes da organização criminosa PCC. Algumas delas, inclusive, exercendo funções de liderança. Foi identificado ainda um esquema estruturado para a lavagem de dinheiro de crimes praticados pelos membros do Primeiro Comando da Capital, especialmente o tráfico de drogas.
As buscas foram realizadas em São Paulo (Capital), Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos, Itaquaquecetuba, Guarulhos, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá, Santos, Praia Grande, Mongaguá, Ubatuba, São José dos Campos, Sorocaba e Campinas. Além das 13 pessoas presas, até o momento foram apreendidos sete veículos de luxo, três armas de fogo, munições, telefones celulares e eletrônicos, aproximadamente R$ 25 mil e US$ 4,6, totalizando cerca de R$ 51 mil.
PCC na política de Mogi das Cruzes
Ainda segundo o delegado, os agentes do crime organizado têm interesse nas eleições municipais deste ano, lançando candidatos aos cargos em disputa e mantendo envolvimento com ao menos uma servidora municipal comissionada de São Bernardo do Campo, com um membro do alto escalão do PCC.
Em Mogi das Cruzes, foi identificado o apoio a uma candidata a vereadora. O PCC também teria outro candidato a vereador em Santo André. Segundo a polícia, “são nomes de interesse da facção”.
Por conta do ano eleitoral, o delegado responsável pela operação preservou os nomas dos candidatos investigados.
O post Polícia prende 13 pessoas ligadas ao PCC e revela interesse da facção na política de Mogi apareceu primeiro em O Diário de Mogi.