Lei Paulo Gustavo: Artistas de Suzano pedem mapeamento e registro de profissionais para utilização da verba

Profissionais pedem mais clareza em relação ao regulamento para utilização dos recursos da lei. A Prefeitura afirma que a elaboração de um cadastro geral está na fase final. Artistas de Suzano cobram por clareza para utilização dos recursos da Lei Paulo Gustavo
Artistas de Suzano pedem mais clareza em relação ao regulamento para utilização dos recursos da Lei Paulo Gustavo divulgado pela Prefeitura. Segundo os profissionais, falta mapeamento e registro para pretos, indígenas, pardos e pessoas LGBTQIAP+ que fazem parte do movimento artístico da cidade.
“A arte na cidade é muito extensa, tem teatro, dança, artes plásticas, audiovisual, são muitos setores. Pontuar os valores que serão destinados para cada segmento é muito importante. Entretanto, tem uma etapa antes disso, que é ‘como é que se garante que pessoas desses grupos tenham acesso a essa lei, se nós não temos um cadastro?'”, indaga o ator e gestor de teatro Kaique Calisto.
Em nota, a Prefeitura de Suzano afirma que a elaboração de um cadastro geral está na fase final. Além disso, existem centenas de artistas já cadastrados em um banco de dados existente.
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De acordo com o regulamento da administração municipal, são cerca de R$ 2,3 milhões usados para a contemplação de 273 projetos. Sendo:
Produção audiovisual: R$ 1,24 milhão;
Apoio a salas de cinema: R$ 284 mil;
Apoio a cineclubes, festivais e mostras: R$ 142 mil;
Outras áreas culturais: R$ 667 mil.
Segundo a administração, 60% do público contemplado deve ser morador de Suzano e, além disso, 30% das vagas de todas as categorias são destinadas a pessoas pretas, pardas e indígenas.
“Essa lei vem em um momento essencial, ela é necessária. Esse recorte que ela traz – para artistas LGBTs – é muito importante porque nós sentimos muita falta de editais específicos para esses grupos”, afirma o escritor e poeta Vandeí Oliveira.
A poesia começou a fazer parte da vida do artista durante a adolescência. “Eu frequentava saraus e recitava poesias de outras pessoas. Depois de um tempo, percebi que tinha a possibilidade de fazer as minhas”.
“Eu acredito que é preciso ter um mapeamento na cidade para que a gente conheça o número de artistas desses grupos que existem e que estão produzindo para, a partir desse ponto, entender quais são as demandas”, afirma a dançarina e poeta Bel Jaccoud.
A administração municipal informou que possui um documento, aprovado pelo Conselho Municipal de Política Cultural, que autoriza o critério de pontuação a mais para proponentes LGBTQIA+, mulheres e Pessoas com Deficiência (PcD) e residentes periféricos.
Além disso, a Prefeitura também contempla as cotas de 20% para pessoas pretas e pardas e 10%, para artistas indígenas. Esse material já foi apresentado em audiência pública na Câmara.
Ferraz de Vasconcelos
Em Ferraz de Vasconcelos, os artistas podem participar de uma reunião nesta quarta-feira (21) para esclarecimento de dúvidas, sugestões e projeções para o setor cultural. A discussão será no Anfiteatro do Paço Municipal, às 19h.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 4677-7238.
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