Dia do Imigrante: comunidade boliviana encontra um novo lar em Itaquaquecetuba


Metalúrgico Hidalgo Rosas, presidente da Federação dos Bolivianos em Itaquaquecetuba, deixou o país vizinho para vir ao Brasil em busca de trabalho. Dia do Imigrante é celebrado neste domingo (25). Comunidade de imigrantes bolivianos em Itaquaquecetuba enfrentou dificuldades durante a pandemia
Federação dos Bolivianos em Itaquaquecetuba/Divulgação
Neste domingo (25) é celebrado o Dia do Imigrante. Povos de diferentes partes do mundo, vindos da Europa, da Ásia, da África, do Oriente Médio e da América do Sul buscam no Alto Tietê uma oportunidade de recomeço em suas vidas. Uma das comunidades que tem crescido na região é a de bolivianos que encontrou em Itaquaquecetuba um lugar para cultivar as tradições e origens de sua terra natal.
Este é o caso do metalúrgico Hidalgo Rosas, que deixou o país vizinho para vir ao Brasil em busca de trabalho. Após se instalar na capital paulista, ele fincou suas raízes em Itaquaquecetuba, onde vive há cerca de sete anos.
Como muitos dos moradores do Alto Tietê, Hidalgo vive na região, mas trabalha na capital paulista. Para ele, a distância em relação ao trabalho foi um dos obstáculos enfrentados durante a adaptação à nova cidade.
“Quando a gente foi pra Itaquá, ficou um pouco distante, e também o transporte era muito longe pra gente pegar. Os mercados, os postos de saúde, eram muito mais difíceis. O resto foi tranquilo, teve muitas amizades com muitos bolivianos. Aos poucos, ficaram vindo mais da comunidade boliviana”, disse Hidalgo.
Hidalgo Rosas, ao centro, é uma das lideranças da comunidade boliviana em Itaquaquecetuba
Federação dos Bolivianos em Itaquaquecetuba/Divulgação
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Com o crescimento da comunidade boliviana na cidade e na região, estimada em mais de 8 mil famílias, Hidalgo contribuiu na formação da Federação de Bolivianos em Itaquaquecetuba. Atualmente, ele atua como presidente da entidade, que tem como objetivo acolher novos imigrantes na cidade. O acesso à casa própria, segundo ele, foi um dos motivos para o crescimento da comunidade boliviana em Itaquaquecetuba.
“Passado o tempo, nossos amigos imigrantes iam comprando terreno, iam construindo. Aí a gente começou a se adaptar, porque nós éramos sozinhos. Um chamava o outro. Muito imigrante veio pra Itaquá, tinha oportunidade para ter uma casa própria em Itaquá. Isso ajudou muito para ter muito imigrante e acesso, incentivo econômico. Era longe, mas era um pouco mais econômico para ter casa própria”.
Mesmo vivendo emcomunidade, um obstáculo dificultou a estadia no Brasil. A pandemia, na visão dele e de seus compatriotas, foi um dos períodos mais complicados para os imigrantes.
“Fomos muito afetados, como imigrantes. Porque o imigrante ainda não tem aquela cobertura das autoridades”, contou.
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Reprodução/ TV Diário
A presença da comunidade boliviana é tão significativa que ganhou reconhecimento na esfera pública de Itaquaquecetuba. Em 2021, a Câmara de Vereadores instituiu o dia 6 de agosto como Dia da Bolívia, que remete ao Dia da Independência da Bolívia ou Dia da Pátria, quando é celebrada a declaração de independência do país ocorrida em 1825. Já em 2022, a cidade recebeu a celebração do Ano Novo Andino no Parque Ecológico Mário do Canto.
Para Hidalgo, a aproximação com o poder público municipal é uma das ferramentas que contribuem para a manutenção dos imigrantes no Brasil.
“Fomos bem acolhidos, bem recebidos. As autoridades deram um espaço pra nós, deram uma atenção para nós, para nós mostrarmos que temos nossa cultura”, disse Hidalgo.
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