Serviço de coleta seletiva em Mogi segue preocupando moradores da cidade


Segundo moradores, o serviço acontece de forma irregular. A Câmara Municipal entrou com uma ação no Ministério Público para que os vereadores possam ter acesso ao galpão da empresa responsável para fiscalização. Serviço de coleta de lixo ainda é alvo de reclamação em Mogi das Cruzes
Em Mogi das Cruzes, a coleta seletiva ainda é um assunto em alta. Segundo moradores da cidade, o serviço acontece de forma irregular. A Câmara Municipal entrou com uma ação no Ministério Público para que os vereadores possam ter acesso ao galpão da empresa responsável para fiscalização.
Um exemplo é o mecânico de manutenção Henrique Teles que, com as falhas da coletiva seletiva, relata que precisa levar os materiais para o ecoponto que fica no Parque Olímpico.
Em nota, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana afirmou que a reclamação não procede e que a equipe que faz o serviço passou pelo local três vezes na última semana: terça, quinta-feira e sábado, conforme o cronograma pré-estabelecido.
“Já fiz várias reclamações sobre isso. Uma vez me vieram com a desculpa de que o caminhão estava quebrado, que não tinha caminhão… Eu não tenho nada a ver com isso. Estou pagando meu imposto, estou fazendo a minha parte e queria que a Prefeitura fizesse a parte dela”, reclama Teles.
“As pessoas colocam o material na calçada. Se o caminhão da coletiva seletiva não passa, no dia seguinte o caminhão de lixo passa e recolhe os sacos como se fosse lixo comum”.
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Reprodução/TV Diário
Essa situação já é antiga. Em março deste ano, a equipe de reportagem da TV Diário esteve no bairro Jardim Rodeio e o problema já era a irregularidade do serviço.
“Eles [Prefeitura] dizem que vão passar o problema para a empresa responsável, mas não dão um prazo e nem resolvem efetivamente a questão. Desde que a Peralta assumiu esse problema se tornou frequente no bairro. No começo [logo quando a empresa assumiu] nós ficamos alguns meses sem a coleta, depois só passava na segunda-feira… Sendo que, o certo – pelo site da Prefeitura -, é segunda, quarta e sexta-feira”, afirma o jornalista Calebe Henrique Bernardes de Souza.
A vereadora Inês Paz relata que, há um bom tempo, esse tema tem sido motivo de cobrança da Prefeitura. “Fazem dez anos que foi implementado o processo do tratamento do material da coleta seletiva e, até hoje, grande parte dos bairros de Mogi não são atendidos e, aqueles que são atendidos, não têm o devido tratamento”, explica.
Recentemente, a vereadora visitou o centro de triagem de recicláveis da cidade e, segundo um vídeo que ela gravou (assista acima) o espaço está tomado por materiais.
“Nós recebemos denúncia de que os caminhões são lavados dentro da garagem, que os caminhões ficam guardados na garagem com o material dentro porque não tem espaço para colocar dentro do centro de triagem”, conta.
“Nós não temos condições de fazer essa visita, a Peralta não permite que façamos fiscalização dentro do galpão. Eles alegam que é uma propriedade privada. Não é, tem dinheiro público. Isso acaba tendo o aval do prefeito porque ele não faz nada para que os vereadores fiscalizem”.
A Câmara Municipal de Mogi entrou com uma ação no Ministério Público solicitando uma liminar que autorize a fiscalização dos vereadores no galpão da empresa responsável pela coleta de material reciclável.
“O centro de triagem está totalmente abandonado. Em pleno século XXI, não tem uma tecnologia para que eles façam o processo de acordo com as normas técnicas que precisam ser feitas”, conclui.
Em nota, a Prefeitura afirmou que a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana pediu esclarecimentos à empresa prestadora de serviço sobre o ocorrida e que a resposta da empresa foi encaminhada na íntegra para a Câmara Municipal e está disponível no portal eletrônico do Legislativo.
Na resposta, a empresa alegou que os vereadores não apresentaram qualquer documento que determinasse a fiscalização em nome da Câmara. Por isso, eles seriam “usuários/cidadãos”, que não têm prerrogativa funcional para fiscalizar ao bel prazer, estabelecimentos privados.
A equipe da TV Diário pediu um posicionamento da empresa Peralta sobre a coleta de material reciclável nos bairros da cidade, mas não teve retorno.
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