5 razões para assistir ao filme Ainda Estou Aqui

“Ainda Estou Aqui”, filme dirigido por Walter Salles, combina aspectos técnicos de excelência com uma narrativa profundamente comovente. Lançado em novembro de 2024, o longa arrecadou R$ 8,6 milhões em bilheteria na primeira semana de exibição, atraindo mais de 358 mil espectadores, segundo a ComScore. Aclamada pela crítica em festivais internacionais, a obra também se destacou por levar o prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza.

Além de seu impacto técnico, a produção toca o público ao narrar a história real de Eunice Paiva e sua família, que enfrentaram as consequências devastadoras da ditadura militar no Brasil. Com atuações memoráveis de Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, o filme conecta o espectador de maneira visceral à luta por memória e justiça. Veja, abaixo, 5 motivos para assistir a “Ainda Estou Aqui”!

1. A relevância histórica e o impacto político

“Ainda Estou Aqui” aborda um dos períodos mais sombrios da história brasileira – a ditadura militar – a partir da perspectiva íntima de uma família comum. O desaparecimento de Rubens Paiva não é apenas uma tragédia pessoal, mas também um símbolo da repressão política de uma era. O filme se destaca por não cair no panfletarismo. Ele apresenta os fatos com sensibilidade e, baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, nos lembra que a democracia é preferível a qualquer regime autoritário.

2. Cenários que recriam o Rio de Janeiro dos anos 70

A direção de arte reconstrói o cotidiano de uma família carioca daquela época com detalhes minuciosos. A casa dos Paiva reflete o conforto típico da classe média, enquanto pequenos elementos – como móveis vintage, discos de vinil e luminárias de época – nos transportam diretamente para a década.

As cenas externas exploram o Rio de Janeiro em sua plenitude, alternando entre a tranquilidade dos bairros residenciais e a tensão subjacente do período histórico. Também, a fotografia utiliza luzes quentes que remetem a filmes caseiros, proporcionando uma sensação de proximidade com os personagens e suas experiências.

Fernanda Montenegro em atuação séria
A interpretação de Fernanda Montenegro como Eunice Paiva é marcada por expressões silenciosas que ecoam a dor e a resiliência da personagem (Imagem: Sony Pictures | Divulgação)

3. O elenco que dá vida ao drama com perfeição

Fernanda Torres vive Eunice Paiva de maneira visceral. Seu olhar profundo e os silêncios carregados transmitem a força de uma mulher que enfrenta a ausência e a repressão sem se curvar. A atriz estudou documentos e relatos da família para compreender e dar vida à essência de Eunice.

Selton Mello entrega Rubens Paiva com uma humanidade ímpar, equilibrando a figura pública com o pai afetuoso. As atuações dos jovens intérpretes dos filhos – como Valentina Herszage e Bárbara Luz – trazem uma vulnerabilidade que ecoa a dor da perda.

Já Fernanda Montenegro, em uma aparição breve também como Eunice Paiva, torna-se o símbolo da resiliência. Suas expressões nos momentos finais permanecem na memória como um lembrete silencioso da luta por justiça.

4. A profundidade do roteiro adaptado por Artur Lorega e Murilo Hauser

Os roteiristas Artur Lorega e Murilo Hauser conseguiram traduzir a história complexa de uma família destruída pela violência política para a tela de maneira honesta e impactante. O roteiro não apenas retrata a história da família Paiva, mas a insere em um contexto maior, destacando a necessidade de memória coletiva para evitar os erros do passado.

Uma das maiores qualidades do roteiro é a sua capacidade de humanizar os personagens. Eunice, Rubens e seus filhos não são idealizados; eles têm virtudes e defeitos, o que os torna ainda mais próximos do público. Essa abordagem evita simplificações e ajuda a criar um vínculo emocional genuíno com os espectadores.

5. Um marco para o cinema brasileiro e um evento cultural imperdível

Assistir a “Ainda Estou Aqui” não é apenas ver um filme; é participar de um momento histórico para o cinema brasileiro. Com repercussões internacionais em festivais como Veneza e Toronto, a produção já é uma forte candidata ao Oscar 2025, indicada à categoria de Melhor Filme Internacional. Ela carrega a chance de colocar o Brasil novamente no mapa da premiação, algo que não acontece desde “Central do Brasil”.

Além disso, a obra foi indicada ao prêmio de Melhor Filme de Língua Não-Inglesa no Globo de Ouro 2025. Fernanda Torres, por sua vez, concorre na categoria de Melhor Atriz de Drama da mesma premiação. Mais do que sua relevância histórica, o longa proporciona um impacto emocional e uma reflexão coletiva, fazendo dele um tipo de obra que será lembrada e debatida por anos.

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