Alto Tietê registrou mais de 5 mil acidentes de trabalho em 2022; número é o maior em quase uma década

Dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho e mostram aumento de 17,8% em relação a 2021. Ocorrências com morte também cresceram neste período. Ao longo de 2022, as cidades do Alto Tietê registraram 5.024 ocorrências de acidente de trabalho. O número, que indica um aumento de 17,8% em relação ao observado no ano anterior, é o maior em quase uma década.
Ainda no mesmo ano, a região contabilizou 18 casos que resultaram na morte do trabalhador. O indicador inclui diversos setores e também aponta para uma alta em relação a 2021 (confira os gráficos abaixo).
LEIA TAMBÉM:
Homem morre soterrado em obra em Mogi das Cruzes
Funcionário morre após ser arremessado em explosão em indústria
Explosão em empresa de tratamento de efluentes deixa um ferido em Mogi, diz Corpo de Bombeiros
Incêndio atinge indústria química de Suzano e uma pessoa fica ferida
Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pela promoção de um ambiente decente aos trabalhadores.
O levantamento, que pode ser conferido na íntegra pela internet, inclui números de Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Isabel e Suzano.
De acordo com a Lei Federal 8.213/91, acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício da atividade a serviço da empresa ou de empregador doméstico, provocando lesão corporal, perturbação funcional, perda ou redução da capacidade para o trabalho, mesmo que temporária, e morte.
Em 20 anos, as cidades contabilizaram 93.861 acidentes de trabalho. Neste período, apenas seis anos tiveram mais de 5 mil ocorrências: 2008 teve o maior número, com 5.557 vítimas, enquanto 2014 registrou o menor, chegando a 5.015. O total observado agora é o quinto mais alto.
Já o número de vítimas fatais chegou a 363 desde 2002. Depois de sofrer redução durante a pandemia da Covid-19, o indicador cresceu 38,4% entre 2021 e 2022. Considerando toda a série histórica, a média de mortes por ano gira em torno de 17.
O balanço ainda destaca os setores econômicos mais afetados e os acidentes mais registrados nos últimos 10 anos. O g1 reuniu os cinco principais de cada município e mostra os itens que mais se destacaram nas dez cidades. Confira a relação abaixo:
Setores econômicos mais afetados (2012 a 2022)
Atividades de atendimento hospitalar: 4.490
Fabricação de peças e acessórios para veículos automotores: 1.207
Comércio varejista de mercadorias em geral, hipermercados e supermercados: 1.085
Administração pública em geral: 746
Atividades de Correio: 692
Acidentes mais comuns (2012 a 2022)
Corte, laceração, ferida contusa, punctura: 9.394
Fratura: 7648
Contusão, esmagamento: 5.833
Distensão, torção: 2.752
Lesão imediata (impacto): 2.344
Auxílio por acidente de trabalho
A alta nos acidentes de trabalho também gera impactos nos números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). É o que mostram os dados do Observatório, que tem como base a central de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT).
No ano passado, o Alto Tietê concedeu 1.313 benefícios previdenciários para vítimas desse tipo de ocorrência. Outros 33 precisaram se aposentar por invalidez, enquanto 432 receberam auxílio-acidente. Nove pensões por morte também foram liberadas.
Concedidos no Alto Tietê em 2022
Prevenção, monitoramento e denúncia
De acordo com o MPT, investigar acidentes de trabalho é uma obrigação legal da empresa, prevista nas Normas Regulamentadoras 4 e 5. Além disso, a comunicação de acidente de trabalho (CAT) é uma documentação indispensável à segurança.
“Por meio desse registro obrigatório pelas empresas, é possível quantificar acidentes de trabalho que acontecem diariamente, tipificar esses acidentes, identificar as falhas que precisam ser corrigidas e tomar as providências necessárias para inibir novas ocorrências”.
Ainda de acordo com o órgão, o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho permite cruzar vários dados sobre acidentes de trabalho e tem grande potencial para subsidiar o desenvolvimento, monitoramento e avaliação de projetos, programas e políticas públicas de prevenção.
A população também pode contribuir com a plataforma por meio de denúncias, que podem ser feitas por meio do aplicativo MPT Pardal. É possível enviar fotos, vídeos e áudios. Outra opção é entrar em contato por meio do site www.mpt.mp.br.
Assista a mais notícias sobre o Alto Tietê

Adicionar aos favoritos o Link permanente.