O atual prefeito de Mogi das Cruzes e candidato à reeleição, Caio Cunha (Podemos), afirmou nesta sexta-feira (16/8) que “a cidade não respira mais por aparelhos”. Segundo ele, ao assumir o Executivo mogiano em 2021, a administração municipal enfrentava uma dívida de R$ 100 milhões anuais relacionada à amortização de empréstimos, juros e precatórios.
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A declaração foi dada durante o programa “O Diário Entrevista”, que iniciou uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Mogi das Cruzes. O programa é conduzido pelo jornalista Saulo Tiossi, sempre às sextas-feiras, às 11h, com transmissão ao vivo pelas redes sociais de O Diário. Aqueles que não puderam acompanhar ao vivo, já conseguem assistir à entrevista completa disponibilizado no YouTube. A entrevista também poder ser acompanhada por áudio, em formato podcast, pelo canal do Spotify de O Diário, o DiárioCast.
ASSISTA À SABATINA NA ÍNTEGRA:
Secretariado
As mudanças realizadas no secretariado da gestão de Caio Cunha ao longo do mandato também foram discutidas. Ele explicou que a substituição de titulares das pastas – integrantes do primeiro escalão da Prefeitura de Mogi das Cruzes – visou ajustar a equipe para atender melhor à demanda da população, implementando estratégias mais eficazes. No entanto, Caio recebeu críticas sobre a estabilidade e continuidade dos projetos municipais.
“A troca não demonstra instabilidade. Alguns secretários saíram devido ao mercado de trabalho, que oferece salários mais atrativos do que a gestão pública. Outros foram remanejados de pasta. Não tenho compromisso com o erro. Se algum secretário não está desempenhando o necessário para a gestão e para a cidade, não tenho problema em fazer essa mudança”, afirmou o candidato.
Rompimento com Priscila
Um dos conceitos mais destacados no início da gestão de Caio foi a nomenclatura atribuída à vice-prefeita de Mogi das Cruzes, Priscila Yamagami (PP). Na época, o prefeito passou a chamá-la de “co-prefeita”, indicando um modelo de governo em que ela desempenharia um papel de maior colaboração na tomada de decisões, quase dividindo responsabilidades iguais, ao invés de atuar apenas como substituta.
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“Acredito que a função do vice-prefeito não deve ser apenas de expectativa, aparecendo somente quando o prefeito não está. Em Mogi das Cruzes, todos sabem quem é a vice-prefeita, porque nós a colocamos em um lugar de destaque. Fui pego de surpresa com o rompimento, embora já sentisse algo. Ela é livre, como todos, e fez sua escolha de migrar”, comentou o chefe do Executivo.
Com o tempo, essa nomenclatura foi perdendo força, e a relação entre os dois se desgastou. Uma das razões para o desgaste foi o fato de o PP integrar a base de apoio à candidata também à Prefeitura de Mogi das Cruzes, Mara Bertaiolli (PL). Priscila Yamagami anunciou, em abril, o rompimento com o grupo político no qual esteve no mandato atual. O Diário apurou que ela seria candidata a vereadora pela legenda, o que foi confirmado oficialmente com o início da propaganda eleitoral, após o prazo de registro de candidaturas.
Coronel Chen
Questionado pelo jornalista Saulo Tiossi sobre como pretende trabalhar com o tenente-coronel da Polícia Militar Joel Chen, caso sejam eleitos, Caio Cunha afirmou que o tratamento será “de igual modo”. O atual prefeito antecipou que Chen não acumulará a função de secretário municipal de Segurança Pública de Mogi das Cruzes, apesar de sua experiência à frente do 17º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (17º BPM/M) e do 32º BPM/M, que abrange os municípios de Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos.
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“Muita gente pergunta se o Chen será secretário de Segurança. Não, ele atuará ao meu lado. Ele tem muito mais competência técnica e experiência para gerir, por exemplo, mobilidade e outras funções, assim como tentei fazer com a Priscila, o que infelizmente não deu certo. Ele terá autonomia nas pastas nas quais tem especialidade”, enfatizou.
Saúde
A saúde foi uma das áreas mais criticadas. Em entrevistas com a população, a maioria apontou necessidade de mudanças no setor. Já a entrega da Maternidade Municipal, construída no distrito de Braz Cubas, continua sendo uma das principais demandas da população de Mogi das Cruzes. Embora a obra tenha sido concluída em 2022, Caio Cunha explicou que a unidade ainda não foi aberta devido ao custo mensal de aproximadamente R$ 6 milhões. Ele afirmou que a responsabilidade por esse valor é do Estado, e não do município.
“Uma das alternativas é migrar o convênio já existente na Santa Casa para a maternidade. Agora, as instituições filantrópicas têm uma tabela de repasse maior do que as outras entidades. Iríamos migrar este convênio, talvez até administrado pela própria Santa Casa, para dentro da maternidade. O espaço da Santa Casa, que não pertence à prefeitura, segundo o secretário de Estado, abriria mais especialidades, e teríamos uma maternidade não municipal, mas sim regional, capaz de realizar 500 partos por mês”, explicou.
“Nossa expectativa era que isso já estivesse resolvido em junho, mas, devido à mudança de governo e ao processo de reorganização da saúde no Estado, não temos controle sobre isso. Tenho a convicção de que nos próximos anos, talvez no ano que vem, por já estar avançada a articulação, a maternidade será inaugurada”, disse.
Fala, povo!
O quadro “Fala, povo!” do programa “O Diário Entrevista” foi ao encontro dos munícipes para entender as principais necessidades da cidade. Repetidamente, surgiram pedidos por melhorias na área da saúde. O fechamento do Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo, unidade hospitalar administrada pelo governo do Estado de São Paulo, em 2021, agravou a situação ao aumentar as filas de espera na cidade.
O prefeito explica que, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o sistema ficou sobrecarregado por atender, em grande maioria, pacientes que buscavam tratamento para a doença.
“Por conta da pandemia, a necessidade de leitos de média e alta complexidade aumentou. O que aconteceu? As pessoas iam para UPA e Pronto-Socorro. Aquelas que precisavam de atendimento especializado foram encaminhadas ao Estado, que estava com um número baixo de leitos. Por isso, ao invés das pessoas ficarem no máximo 24 horas na espera, acabavam quatro dias aguardando. Ou seja, acumulava gente dentro dos nossos equipamentos”, finalizou.
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