Dia Mundial Sem Tabaco é celebrado nesta quinta-feira (31). Morador do Alto Tietê reflete os impactos do cigarro na vida. Mogi promove tratamento para pessoas que querem parar de fumar
Nesta quarta-feira (31) é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco. A data foi criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar a população sobre as doenças relacionadas ao tabagismo.
No entanto, estudos apontam que a saúde não é a única afetada. Além de pesar no bolso de quem usa, o cigarro também é um problema para o Sistema Único de Saúde (SUS).
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Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes todos os anos no Brasil, seja por doenças respiratórias, circulatórias, do coração ou até câncer. Josemir Vendramini, por exemplo, viu de perto as consequências do fumo.
A maioria das vezes, os casos que a gente vê é influência de amigos. A gente acaba indo para o vício. Eu comecei a fumar, se não me engano, aos 18 anos. Foi até os 34, por aí. Do nada, eu caí dentro do escritório, fiquei 15 dias afastado e era uma descarga de adrenalina. Aí parei.
O administrador conta que ficou sem fumar por oito anos e, neste período, se tornou atleta de tênis de campo. Porém, com a influência dos amigos e após a morte do pai, voltou a fumar. Em agosto de 2021, ele se deparou com um enfarto que, mais tarde, faria a história mudar.
“No dia em que eu estava enfartando, exatamente no dia, eu fui fumar para pensar o que eu estava sentido. Começou com uma dor no peito e no braço. Uma dor muito forte no braço. Depois fiquei cinco dias internado na UTI e já não manifestava nenhuma vontade pelo vício”.
“Quando saí de lá, eu não lembrava que eu tinha fumado. Não manifestava vontade. Foi impressionante. Eu concluí que o vício é, realmente, psicológico”.
O bolso também sentiu os efeitos do cigarro. Um levantamento do Inca aponta que o fumante gasta quase 10% da renda mensal com cigarro. “Eu fumava cerca de um maço de cigarro por dia. Então eu gastava, no mínimo, R$ 300 por mês com cigarro”, afirma Vendramini.
“Quando ia para uma festinha, para um churrasco, ou saía com os amigos para jogar futebol, acho que o número de cigarro acabava aumentando. Esse número aí partia para R$ 350, R$ 400 por mês. E tem família que vive com isso, né?”.
A despesa com cigarro e suas consequências ainda atingem os cofres públicos. A estimativa é de que o vício gere um gasto médio de R$ 125 bilhões por ano para o SUS. Valor que é usado para tratar pacientes com doenças causadas pelo costume de fumar, como é o caso do câncer. A pneumologista Graziela Brasileiro falou sobre o assunto.
“Entra em torno de R$ 12 bilhões por ano em imposto que a indústria do tabaco paga para o governo. O SUS gasta R$ 50 bilhões diretamente e, indiretamente, de custo do governo, somando produtividade e tudo, R$ 125 bilhões”, pontua.
Narguile e cigarros eletrônicos
O cigarro vem ganhando novas formas ao longo do tempo. No Brasil, o narguile conquistou jovens em meados de 2010 e segue sendo usado por esse público, que também aderiu aos cigarros eletrônicos. Os chamados pods e vapes têm diversos sabores e não deixam cheiro, o que, para a pneumologista, virou um atrativo.
“O que era o ruim do cigarro, principalmente, na população mais jovem? Era o cheiro ruim e a fumaça. Agora, os pods de maçã verde, de fruta. Não tem tanta fumaça, mas a gente tem vários estudos dizendo que faz tão mal quanto, vicia. A quantidade de nicotina, que é o principal viciante, no pod é muito alta”.
Os pods aquecem o líquido do reservatório, que é inalado pelo usuário.Por não existir combustão, não há geração de monóxido de carbono. Eles também geram dependência porque têm nicotina, além de outras substâncias líquidas como glicerol, glicerina vegetal, propilenoglicol e aromatizantes alimentares.
A venda de cigarros eletrônicos é proibida no Brasil desde 2009. Porém, é fácil encontrar esse dispositivo para comprar pela internet. Alguns modelos podem chegar a custar quase R$ 2 mil. Para quem já enfrentou o vício em fumar, este é um sinal de alerta.
“Não falo para parar. Eu só pego e mostro as marcas do meu cateterismo, da minha angioplastia. Eu falo: ‘ó, só vou mostrar isso aqui’”, comenta o administrador.
O Diário TV entrevistou um médico oncologista Ricardo Motta, que explicou detalhes sobre os riscos do cigarro para o surgimento do câncer e outras doenças (assista acima).
Tratamento em Mogi das Cruzes
Mogi das cruzes conta com o programa municipal de combate ao tabagismo, que oferece tratamento às pessoas que querem parar de fumar. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar e disponibiliza encaminhamentos de acordo com a necessidade.
Ao todo, 17 unidades de saúde do município fazem esse atendimento. O morador pode escolher qual é a mais próxima a casa dele para dar entrada e iniciar as sessões. É necessário ter mais de 18 anos e levar documento de identidade para se inscrever.
Mais informações pelo telefone 4798-6709.
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