José Carlos de Oliveira baleou Pedro Azpilicueta em novembro do ano passado. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, ainda não há data para o julgamento. Guarda municipal atira contra vizinho negro em Mogi das Cruzes
Imagens de câmera de monitoramento
O guarda municipal José Carlos de Oliveira, de Mogi das Cruzes, na Grande de São Paulo, acusado de tentativa de homicídio e injúria racial contra Pedro Azpilicueta, irá a júri popular. Além disso, ele foi acusado por porte ilegal de arma. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, ainda não há data marcada para o julgamento. O g1 tenta localizar o contato do advogado do acusado.
A decisão é do juiz Davi de Castro Pereira Rio, da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, que ainda determinou que o guarda seguirá detido no presídio de Guarulhos, onde está preso desde o ano passado.
Uma semana após o crime, que ocorreu em 22 de novembro de 2022, José Carlos foi preso pelos crimes de injúria racial, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma. De acordo com Ewerton Carvalho, advogado de defesa de Pedro, os familiares da vítima vivem a expectativa da marcação do dia do Tribunal do Júri.
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O g1 tenta localizar o contato da defesa do acusado. O caso foi contado no Linha Direta desta quinta-feira (15), que abordou três crimes de racismo envolvendo vizinhos.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 23 de novembro do ano passado, na Avenida Ricieri José Marcatto, no distrito de César de Sousa, em Mogi. De acordo com a família, o guarda, que era vizinho de Pedro, atirou três vezes contra o jovem, que estava dentro da própria casa. Ele foi atingido por dois disparos.
Guarda municipal atira contra vizinho negro em Mogi das Cruzes
Nas imagens registradas por uma câmera de monitoramento é possível ver o momento em que o guarda e o jovem discutem (assista acima). José Carlos vai até a frente da casa da vítima para agredi-la com uma barra de ferro. Pedro então começa a gravar com o celular.
O atirador aparece com um revólver e dispara, enquanto a vítima tenta se esconder. O rapaz, que foi atingido no rosto e nas costas, precisou ser levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e depois foi transferido para o Hospital Luzia de Pinho Melo, onde passou por cirurgia para retirada de parte do intestino. Após uma semana, Pedro teve alta.
Atitudes racistas
No dia 9 de novembro de 2022, câmeras de monitoramento flagraram o guarda municipal jogando cascas de banana em frente à casa da vítima. De acordo com o pai de Pedro, Jefferson Azpilicueta, José Carlos também fazia outros ataques racistas contra a família usando falas como “macaco” e “preto sujo”, além de ameaçá-los.
Ainda segundo Jefferson, nas diversas discussões que tiveram, era comum que o guarda apontasse uma arma em sua direção. Ele também relatou que vive no endereço há 30 anos e, desde que chegou na vizinhança, o guarda insultava a família.
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